Os investimentos do Brasil em fundos de criptomoedas registram US$ 15,8 milhões, cerca de R$ 92 milhões, no acumulado da última sexta-feira (31), quando o saldo positivo global chegou a US$ 527 milhões, segundo a CoinShares.

Captura de tela/CoinShares

De acordo com o relatório semanal da gestora de criptomoedas, os aportes nacionais em fundos de criptomoedas alcançaram US$ 55 milhões, cerca de R$ 321 milhões. 

Em relação ao mapeamento semanal, a pressão compradora foi capitaneada pelos Estados Unidos, em US$ 474 milhões de entradas líquidas. Suíça, Alemanha, Hong Kong e Austrália também fecharam o período no azul, com respectivas entradas líquidas de US$ 57,9 milhões, US$ 22,3 milhões, US$ 2,3 milhões e US$ 100 mil. Na contramão, Canadá e Suécia sacaram respectivos líquidos de US$ 43 milhões e US$ 3,6 milhões.

Apesar do fechamento positivo, os fluxos intrasemanais refletiram o sentimento volátil dos investidores, segundo a CoinShares. O que teve como principal catalisador a chegada do DeepSeek, assistente de inteligência artificial (IA) de baixo custo e código aberto chinês na segunda-feira da semana passada (27), ocasião em que os fundos de criptomoedas sofreram US$ 530 milhões em saídas líquidas, compensadas por cerca de US$ 1 bilhão em entradas ao longo da semana.

A CoinShares relacionou o desempenho do Canadá às ameaças de taxação de produtos do país, feitas por Donald Trump. O que se concretizou no último final de semana, quando o presidente dos Estados Unidos assinou um decreto impondo tarifas de importação de 10% e 25% a produtos do Canadá, China e México. O efeito foi percebido nesse início de semana pela liquidação de traders de criptomoedas em US$ 2,2 bilhões e banho de sangue do Bitcoin.

No caso da aferição do total de ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês), o volume de investimentos globais recuou a US$ 169,3 bilhões. Nesse caso, o Brasil apresentou ligeira retração a US$ 1,52 bilhão, mas se manteve na sexta colocação global.  Estados Unidos, Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia também permaneceram em suas posições com respectivos AuM de 130,93 bilhões, US$ 7,98 bilhões, US$ 6,37 bilhões, US$ 6,2 bilhões e US$ 4,07 bilhões. 

A gestora chamou a atenção para os fundos baseados em XRP, token da empresa estadunidense de transferências internacionais Ripple, responsáveis pelo segundo maior volume semanal de entradas líquidas, US$ 14,7 milhões. 

A aferição por criptoativos confirmou a liderança de produtos de investimentos baseados em Bitcoin (BTC), que fecharam a semana anterior com US$ 486 milhões em entradas líquidas. Outros destaques foram os fundos cripto baseados em cestas multiativos, Solana (SOL), Chainlink (LINK), Short Bitcoin e Cardano (ADA), cujas respectivas entradas líquidas semanais foram de US$ 8,9 milhões, US$ 4,5 milhões, US$ 3,7 milhões, US$ 3,1 milhões e US$ 1 milhão. Na contramão, os fundos cripto baseado em Ethereum (ETH) e de Litecoin (LTC) encerraram o período com US$ 300 mil e US$ 200 mil em saídas líquidas.

O relatório apontou que os fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) da BlackRock, iShares Bitcoin Trust e iShares Ethereum Trust, capitanearam as entradas líquidas em US$ 918 milhões, caminho seguido, entre outros, por 21Shares AG e Volatility Shares Trust em respectivos líquidos de US$ 52 milhões e US$ 36 milhões. Em direção contrária, os ETFs das gestoras Grayscale, Bitwise e Fidelity fecharam a semana anterior com respectivas saídas líquidas de US$ 298 milhões, US$ 126 milhões e US$ 41 milhões.

Captura de tela/CoinShares

Na semana anterior, os investidores nacionais seguiram o entusiasmo do mercado com outro decreto de Trump ao investirem R$ 71 milhões em fundos de criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.