Na contramão da pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Brasil ampliou sua parceria com a Huawei, voltadas à Inteligência artificial (IA).
De acordo com informações da Folha de São Paulo, a empresa chinesa firmou novo acordos com o governo brasileiro envolvendo data centers e soluções em IA para setores como saúde, mobilidade e segurança pública.
A Agência Brasil China também detalhou o avanço na incorporação dos sistemas da Huawei pelo governo brasileiro, já que os chips da empresa chinesa são objeto de ameaças de retaliação de Trump.
Segundo a agência, a IA da Huawei deverá chegar aos serviços públicos oferecidos em diversas capitais brasileiras. Informação que teria sido confirmada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que planeja utilizar a tecnologia para melhorar a gestão de processos, reduzir filas e otimizar a oferta de serviços em áreas como saúde e transporte urbano. Capitais como Recife, João Pessoa e Curitiba já iniciaram projetos-piloto em parceria com a empresa chinesa, de acordo com a publicação.
Fontes ligadas ao governo teriam informado à reportagem que a escolha da Huawei se deu por critérios técnicos, com base na robustez das soluções apresentadas e na capacidade de adaptação ao contexto brasileiro. Nesse caso, a adoção da IA chinesa já teria acontecido em serviços como organização de atendimentos médicos em unidades de saúde e gerenciar sistemas de mobilidade urbana de forma mais inteligente.
O avanço acontece na esteira de um acordo fechado entre a Dataprev, empresa de tecnologia do governo federal, e a Sparkoo, plataforma de nuvem da Huawi, anunciado no último dia 13 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o o líder Xi Jinping.
O Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre Dataprev e Huawei, será essencial para o desenvolvimento de aplicações em agricultura, saúde, segurança pública e mobilidade, disse Lula.
Pelo acordo, a Huawei deve repassar a tecnologia de IA setores relacionados por Lula, além de uma adaptação em língua portuguesa do modelo de IA Pangu, lançado há dois meses em smartphones da Huawei na China. No entanto, as informações divulgadas não abordam eventuais repasses de chips de IA da Huawei, alvo da ofensiva de Trump.
Outra parceria, ainda não formalizada, seria um “hospital inteligente”, com uso de IA no Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP). Nesse caso, o Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente será financiado parcialmente pelo Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics. Além disso, o governo brasileiro estuda ampliar a cooperação com empresas chinesas para formação de profissionais brasileiros em áreas como ciência de dados, aprendizado de máquina e cibersegurança.
Na China, robôs humanoides treinados por IA entraram no ringue em combates de kickboxing, conforme noticiou o Cointelegraph.