O Bitcoin ainda tem fôlego para renovar suas máximas históricas no curto prazo, segundo Diego Pohl, analista da Crypto Investidor, após confirmar a sétima vela verde semanal consecutiva no domingo, 25 de maio.
Cotado a US$ 109.000, o preço do Bitcoin (BTC) bateu um novo recorde no fechamento semanal, três dias após renovar sua máxima histórica em US$ 111.980, enquanto as bolsas norte-americanas registraram um aumento na volatilidade e a maior liquidação em um mês.
A turbulência foi desencadeada por uma nova reviravolta nas políticas comerciail de Donald Trump, que ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos da Apple e de outras empresas do setor de tecnologia caso elas não transfiram suas linhas de produção para os EUA.
Trump também anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos importados da União Europeia, mas logo depois voltou atrás.
Com a divulgação de dados macroeconômicos sensíveis, os próximos dias serão cruciais para a definição da política monetária do Banco Central dos EUA (Fed). Na quinta-feira, 29 de maio, será divulgado o índice de despesas de consumo pessoal (PCE), principal indicador da inflação na economia americana, além dos pedidos iniciais de seguro desemprego.
Um pivô na política monetária do Fed nas reuniões de junho e julho é cada vez mais improvável – apenas 23,4% de chance, segundo dados da FedWatch Tool da CME.
O prognóstico se altera apenas nas previsões para a reunião de setembro. Atualmente, os dados indicam 40,3% de chances de manutenção dos juros nos patamares atuais, contra 59,7% de probabilidades de corte.
Enquanto isso, o mercado de títulos do Tesouro dos EUA está em desarranjo. “O rendimento da nota de 30 anos ultrapassou novamente os 5% e o da nota de 10 anos voltou a se aproximar de 4,5%”, devido à crescente dívida governamental, destacou o boletim semanal de mercado da gestora de ativos digitais QR Asset Management:
“A percepção de risco soberano vem se deteriorando com a persistência de uma política fiscal expansionista, impulsionada agora pelo debate sobre o plano orçamentário de Donald Trump, que propõe mais gastos sem contrapartida clara de arrecadação.”
Após recuperar parcialmente os ganhos durante o fim de semana, o Bitcoin voltou a ser negociado acima dos US$ 110.000 na segunda-feira, 26 de maio, demonstrando resiliência em um momento de turbulência macroeconômica.
“Nesse contexto, o mercado cripto mais uma vez se destacou como um possível porto seguro", afirmou a análise QR Asset Management, acrescentando em seguida:
“A mensagem que fica é que uma parcela relevante do mercado começa a entender o papel das criptomoedas como um hedge frente à deterioração das contas públicas e ao aumento da incerteza geopolítica.”
Análise de preço do Bitcoin
Na semana passada, a análise da Crypto Investidor antecipou corretamente a renovação da máxima histórica do Bitcoin, assim como a correção subsequente. Apesar do retorno a mínimas de US$ 106.600 no fim de semana, o preço do Bitcoin deve manter sua trajetória de alta no curto prazo, segundo Diego Pohl:
“Bitcoin inicia a semana em alta, após mais um fechamento semanal positivo, desde a marcação de fundo em US$ 74.700. Com o rompimento de sua máxima histórica, o preço do Bitcoin pode dar continuidade ao seu movimento principal de alta para buscar como próximos alvos de curto prazo a região entre US$ 117.000 e US$120.000.”
No entanto, para manter a tendência de alta, conforme delineada no gráfico abaixo, o Bitcoin precisa manter o suporte em US$ 106.600, alerta o analista.
Por outro lado, Uma queda abaixo desse patamar pode resultar em testes de suporte em níveis inferiores, na região entre US$ 95.000 e US$ 100.000, segundo Pohl.
A reabertura dos mercados financeiros nos EUA nesta terça-feira, 27 de maio, após o feriado do Memorial Day, pode marcar a retomada do impulso de alta do Bitcoin. Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a consolidação do preço do Bitcoin acima da resistência de US$ 110.000 pode desencadear liquidações de posições vendidas, o que, por sua vez, provocaria um rali até US$ 114.000.