O Bitcoin abre a semana muito próximo de romper sua máxima histórica, projeta Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor. No entanto, caso isso se confirme, os traders devem se preparar para uma correção subsequente abaixo dos US$ 100.000 devido a uma potencial realização de lucros no curto prazo.

O preço do Bitcoin (BTC) consolidou o maior fechamento semanal de sua história no domingo, 18 de maio, cotado a US$ 106.454. No entanto, o impulso de última hora não manteve a sustentação e já nas primeiras horas desta segunda-feira, 19, o par BTC/USD testou seu atual suporte de curto prazo em US$ 103.000. No momento em que esta análise foi escrita, era negociado acima dos US$ 105.000, de acordo com dados da CoinGecko.

Essa região se mantém como um nível-chave para o movimento direcional do preço do Bitcoin em uma semana que começou sob o impacto do aumento do risco de crédito dos Estados Unidos, segundo a Moody's.

Na sexta-feira, 17, a agência de classificação de risco rebaixou a nota dos EUA de AAA para AA1, devido ao crescimento da dívida governamental, que “pode alcançar até 9% do PIB até 2035", como destacou o boletim semanal de mercado da gestora de ativos digitais QR Asset Management:

“A consequência imediata foi uma pressão significativa sobre os títulos do Tesouro americano, com os yields dos Treasuries de 30 anos atingindo patamares acima de 5%, o nível mais alto desde novembro de 2023. O dólar também enfraqueceu substancialmente, recuando frente às principais moedas globais.”

Em uma postagem no X nesta segunda-feira, Ray Dalio, fundador da Bridgewater Capital, alertou que as agências “subestimam os riscos de crédito porque avaliam apenas o risco de o governo não pagar sua dívida.”

“Eles não consideram o risco maior de que os países endividados imprimam dinheiro para pagar suas dívidas, fazendo com que os detentores dos títulos sofram perdas devido à diminuição do valor do dinheiro que estão recebendo (e não devido à diminuição da quantidade de dinheiro que estão recebendo)", acrescentou Dalio.

Segundo uma análise do perfil de análise macroeconômica The Kobeissi Letter também no X, o rebaixamento contribui para o enfraquecimento do dólar e, por consequência, tende a ser positivo para o Bitcoin e as criptomoedas:

“As criptomoedas estão adorando o rebaixamento da Moody's: o Bitcoin está agora a 4% de um novo recorde histórico e subiu mais de 40% desde suas mínimas em abril. Com o enfraquecimento do dólar e o aumento da incerteza macroeconômica, o Bitcoin e o ouro estão prosperando. A instabilidade é a melhor amiga do Bitcoin.”

O boletim da QR Asset Management, no entanto prega cautela aos investidores de criptomoedas, sugerindo que o cenário atual é desafiador para os mercados financeiros de forma geral:

“Neste contexto, o atual cenário representa um bom teste para o mercado cripto, avaliando se haverá, num segundo momento, uma nova descorrelação em relação às bolsas tradicionais, potencialmente reforçando o papel das criptomoedas como ativos de proteção ou alternativos em tempos de instabilidade.”

Por enquanto, o Bitcoin parece estar passando no teste. Em maio, a ação de preço do Bitcoin tem ignorado os dados macroeconômicos ou os sinais da política monetária do Banco Central dos EUA (Fed) mesmo diante do aumento da volatilidade nas bolsas.

Na sexta-feira, o Bitcoin manteve-se indiferente aos dados de inflação dos EUA. O índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em abril, consolidando uma alta anual de 2,3% – a menor em mais de quatro anos. Também não reagiu de forma imediata ao rebaixamento anunciado pela Moody 's.

Análise do preço do Bitcoin

O Bitcoin abre a semana flertando com uma nova máxima histórica, mas no curto prazo os ganhos devem ser limitados à região de US$ 120.000. Uma correção abaixo dos US$ 100.000 deve ocorrer antes do último impulso de alta do ciclo atual, afirma Arthur Driessen em análise para o Cointelegraph Brasil:

“O Bitcoin inicia a semana testando sua última região de resistência (topo histórico) entre US$ 107.000 e US$ 109.000, e pode estar finalizando uma onda 1 impulsiva antes de uma correção de onda 2 na qual voltaria à faixa de US$ 90.000 a US$ 92.000.”

Com isso, o movimento de onda 3 até o potencial topo do ciclo atual, na região entre US$ 150.000 a US$ 160.000 seria adiado ainda por um tempo, conforme o gráfico abaixo.

Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

No entanto, uma potencial alta até os US$ 120.000 não pode ser descartada, caso a resistência em US$ 109.000 seja rompida. Na sequência, o analista projeta uma correção movida à realização de lucros pelo menos até US$ 98.000, antes da retomada do impulso de alta, conforme o gráfico abaixo.

Gráfico diário anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor

Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil recentemente, o trader Alan projetou que o Bitcoin alcançaria uma nova máxima histórica de US$ 116.000 no começo desta semana.