Trocado de mãos acima de US$ 110,5 mil (+0,8%) no início na manhã desta terça-feira, o Bitcoin (BTC) pode estar perto de um novo rali, em direção a US$ 160 mil (+45%).

A avaliação foi feita esta semana no X pelo especialista em criptmoedas de pseudônimo Dave the Wave, que viu semelhança entre a formação atual do BTC e o movimento que precedeu seu derretimento no crash do início de dezembro de 2021. No caso, a formação de um padrão de topo duplo, característico de reversão, de alta para baixa.

Em um contexto histórico, no entanto, o tombo do BTC no final de 2021 aconteceu na esteira do início do arrocho monetário do Federal Reserve (Fed) através da escalada na taxa de juros para retirar liquidez dos mercados e derrubar a inflação, que se agravou na pandemia pela injeção de dinheiro.

Para o pseudônimo, a história agora é outra porque o BTC criou base sólida ao longo dos últimos anos e deve se manter dentro de um canal ascendente, em direção a US$ 160 mil.

Improvável, resumiu.

Em outra publicação otimista, Dave the Wave disse que “vai vender um pouco de Bitcoin para a família se chegar a US$ 160 mil nos próximos meses”, já que, para ele, o Bitcoin está “convincentemente acima de 110 mil e podemos estar olhando para um topo explosivo liderado pela liderança”.

Capital institucional

A favor do BTC está a entrada de capital institucional, o que inclui a integração do Bitcoin ao patrimônio de diversas empresas. Foi o que avaliou esta semana o COO da MEXC, Tracy Jin. Segundo o executivo da exchange global, “a forte mudança de muitas corporações que integram o BTC em suas estratégias de investimento de longo prazo está remodelando fundamentalmente a dinâmica de mercado do Bitcoin”.

O que antes era um mercado impulsionado pelo varejo e um ativo altamente cíclico tornou-se um pilar nas finanças institucionais. Essa dinâmica de comportamento do investidor destaca que a maioria das instituições está menos focada na volatilidade do mercado de curto prazo e está de olho no potencial de alta assimétrica do Bitcoin e na proposta de valor de longo prazo, disse.

Jin acrescentou que essa tendência também indica que o BTC está entrando em uma nova fase de mercado, onde as quedas são vistas como pontos de entrada estratégicos, em vez de sinais de capitulação.

Ao contrário dos ciclos de alta anteriores, impulsionados pelo entusiasmo do varejo, o impulso atual é favorecido pela entrada de capital estruturado e pelo posicionamento corporativo de longo prazo. As instituições não estão mais apenas detendo Bitcoin, elas estão construindo estratégias corporativas e modelos de negócios em torno dele, explicou.

Para ele, o apelo atual em relação ao BTC “não é uma fuga do risco — é uma fuga do antigo modelo de risco”. Tracy Jin também ressaltou que os rendimentos dos títulos nos EUA e no Japão estão em alta, os encargos da dívida soberana estão em alta e até mesmo o último selo de crédito AAA restante desapareceu. Durante décadas, os títulos do Tesouro foram o porto seguro em tempos turbulentos”.

Hoje, o capital está fugindo deles. As instituições japonesas estão repensando sua exposição aos títulos americanos, enquanto os investidores americanos observam as tensões políticas se infiltrarem nas decisões de política do Fed Em contraste, as criptomoedas — e particularmente o Bitcoin — permanecem neutras, transparentes e cada vez mais líquidas. Essa neutralidade está rapidamente se tornando seu ativo mais valioso, completou.

Mais cedo, as criptomoedas subiram até 440% enquanto o Bitcoin ignorava adiamento tarifário de Trump, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.