O Tribunal de Contas da União (TCU) sediou na manhã desta quinta-feira (22) o lançamento do piloto da Rede Bockchain Brasil (RBB), uma rede blockchain pública iniciada a partir de um acordo feito em 2022 com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e integrado por diversos agentes públicos e privados do país. Plataforma que pode ser aberta ao público já em 2025.
Em suas considerações, o secretário de Tecnologia da Informação e Evolução Digital do TCU, Rainério Leite, qualificou a RBB como “um marco significativo nessa trajetória de inovação” e que a RBB simboliza “transparência sem precedentes”.
Ele deixou claro que a governança da rede será descentralizada, já que a rede é baseada em Proof-of-authority (PoA), em que os validadores serão tanto entidades públicas quanto privadas, não apenas o TCU e o BNDES.
“Não há algo parecido no Brasil, então é mais uma forma de nós envolvermos todos esses órgãos”, acrescentou.
Rainério Leite citou ainda alguns casos de uso da RBB, como gerenciamento de dados científicos e identificação digital, interface para o Drex, que a versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), além de outras possíveis aplicações, em Saúde, Educação e Segurança Pública.
“Nós temos uma gama enorme de trabalho nesse sentido, inclusive cartão de vacinação eletrônico”, emendou.
Por sua vez, o superintendente de Tecnologia da Informação do BNDES, Fernando Lavrado, destacou a importância da infraestrutura da RBB para as instituições participantes.
O analista de sistemas do BNDES Gladstone Arantes Júnior, palestrou sobre o “Histórico da RBB”, a partir de 2017, quando a utilização da tecnologia foi proposta em um concurso interno realizado pelo banco estatal.
“A gente fez a proposta de usar a blockchain para combater a implosão da confiança”, declarou o especialista ao apresentar uma pesquisa da época apontando que o grau de confiança no governo era de 24%.
Ele destacou que o consumo de energia da RBB é mínimo, reforçou que a governança é compartilhada e a gestão da rede é descentralizada, porém com algumas definições estabelecidas no acordo de cooperação. Entre elas a não transferência de recursos e a implantação de poderes de voto.
De acordo com o cronograma apresentado pelo representante do BNDES, a rede deve ser aberta ao público entre 2025 e 2026.
“A gente pretende partir [entre 2025 e 2026] para uma produção plena em que qualquer um vai poder usar a rede, independente de estar no acordo ou não e 2027 é o limite para a gente construir a evolução desse modelo, porque uma iniciativa como essa, você lança e altera ela, adapta, reconstrói e segue”, declarou.
Gladstone Arantes Júnior acrescentou que os scripts da RBB estão disponíveis no repositório de código GitHub.
O lançamento oficial do pilot da RBB, que já se encontra em funcionamento desde abri, segundo Gladstone Arantes, também foi contou com a palestra “Blockchain e infraestrutura para governos: DPIs e visão de futuro” com o doutor pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) Eduardo Diniz, uma mesa executiva com representantes de diversos associados e uma sessão de perguntas do público.
Em outra iniciativa, a empresa de desenvolvimento de blockchain Skyfire lançou recentemente uma plataforma de pagamento que permite que agentes de inteligência artificial gastem dinheiro de forma autônoma, conforme noticiou o Cointelegraph.