Cointelegraph
Paulo JoséPaulo José

Fintech oferece empréstimo de reais com garantia em Bitcoin regulado pelo Banco Central

Rispar oferece crédito em reais brasileiro para investidores que possuem saldo em criptomoedas.

Fintech oferece empréstimo de reais com garantia em Bitcoin regulado pelo Banco Central
Notícias

Investidores brasileiros já podem usar o Bitcoin como garantia de crédito em reais através da fintech Rispar, uma marca que faz parte do portfólio da QR Capital. Aprovada recentemente pelo Banco Central do Brasil, a Rispar oferece crédito em reais com garantia em criptomoedas.

 

A Rispar é a primeira fintech brasileira a oferecer essa modalidade de crédito, de forma regulada para investidores de Bitcoin. O  anúncio publicado nesta segunda-feira (16) no Linkedin pelo fundador e CEO da empresa, Rafael Izidoro.

Segundo Rafael Izidoro, o “Bitcoin pode transformar o cenário” de empréstimos no Brasil devido às altas taxas praticadas pelo mercado financeiro. No caso do empréstimo com garantia em criptomoedas, a taxa de juros cobrada será a partir de 0.99% ao mês.

 

Bitcoin como garantia de crédito

Plataformas que utilizam criptomoedas como garantia para a oferta de empréstimos tem ganhado atenção do mercado com as Finanças Descentralizadas (DeFi). No entanto, a Rispar é a primeira fintech do Brasil a oferecer tal modalidade no mercado regulado.

Através da Rispar, o usuário deposita o saldo em Bitcoin e recebe em reais o valor do empréstimo solicitado. Até então, usuários brasileiros contavam apenas com sistemas que utilizavam o dólar norte-americano, conforme diz o CEO e criador da fintech. Ainda segundo o empresário: 

“As soluções atuais são em dólar ou stablecoins ‘dolarizadas’, o que é péssimo para o brasileiro, pois nossa moeda está em constante desvalorização, e criar uma dívida em dólar é uma péssima idéia no cenário atual.”

 

Fintech autorizada pelo Banco Central

A Rispar faz parte do portfólio da QR Capital, uma holding brasileira que também conta com outras iniciativas reguladas, como a QR Asset, uma gestora brasileira regulada pela CVM que oferece 100% cripto em seus fundos. 

E a Rispar também possui o aval do Banco Central do Brasil. Para Rafael, um produto de empréstimos colateralizados em Bitcoin regulado pode oferecer a credibilidade que muitas vezes, as plataforma de criptomoedas não tem. 

“ Acho importante frisar bem na operação ser regulada pelo Banco Central, pois isso traz segurança para a plataforma.”

DeFi

Produtos DeFi e plataformas de empréstimos com garantia em cripto são comuns no mercado das criptomoedas. Mas o produto da Rispar também é uma novidade em relação ao público-alvo da plataforma.

Segundo o CEO e fundador da fintech, clientes DeFi utilizam empréstimos para investir no mercado financeiro. Por outro lado, a proposta da Rispar é oferecer empréstimos para o investidor comum, que precisa de dinheiro para “o dia a dia”.

“O público DeFi é um usuário que geralmente toma empréstimo para fazer operações complexas em exchange descentralizadas por exemplo.

O público que estamos ‘atacando’ é o usuário de criptomoeda brasileiro, que precisa de BRL no dia  a dia, seja para financiar uma casa, veículo, viagem ou até mesmo fazer operações mais estruturadas em exchanges nacionais.”

Empréstimo de até 60%

Assim como as demais plataformas de empréstimos com garantia em criptomoedas, a Rispar terá um limite de oferta de crédito de acordo com o valor oferecido pelo usuário em Bitcoin.

Sendo assim, o Loan To Value (LTV) da Rispar deve ser de 60% do valor total em Bitcoin que o usuário possui. Ou seja, se o investidor depositar R$ 1.000 em Bitcoin, ele poderá tomar um empréstimo de R$ 600.

“Hoje temos modelo de risco que suavizam essa situação. Oferecemos um LTV (Loan to Value) de até 60% do valor do ativo no momento da contratação.”

O LTV poderá ainda sofrer modificações, caso o valor do Bitcoin sofra grande desvalorização logo após o pedido de empréstimo. Nesse caso, o usuário poderá ter que oferecer “um reforço de garantia”, lembra o CEO e criador da Rispar.

“Esse LTV precisa se manter em um nível estável, ou seja, até 70%. Caso o preço caia a esse ponto, solicitamos um reforço da garantia para o tomador, ou abatimento do saldo devedor, visando voltar o LTV para um nível seguro.”

Leia Mais: