Às vésperas do fechamento mensal de outubro, o Bitcoin encerrou a última semana completa do mês com uma queda de 1,4% após uma semana de forte volatilidade no mercado de criptomoedas.
Pela segunda semana consecutiva, o Bitcoin (BTC) testou a resistência na faixa dos US$ 69.500 e foi rejeitado, devolvendo parcialmente os ganhos recentes.
O saldo líquido de US$ 901 milhões em entradas nos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, consolidando a terceira semana consecutiva positiva, não foi suficiente para impulsionar o Bitcoin rumo a novas máximas históricas.
A dominância da maior criptomoeda do mercado segue em alta – atingindo máximas de 59,75% na última semana. A desvalorização do par ETH/BTC, que registrou mínimas de 0,03625, é outra demonstração de que a participação de mercado do Bitcoin deve se manter em alta até que um novo recorde histórico de preço seja consolidado.
Apesar do fechamento semanal em baixa, os traders e analistas comemoraram o rompimento do canal de baixa estabelecido desde o topo de março, avaliando que o desafio à atual máxima histórica é apenas uma questão de tempo.
Ao sustentar o suporte em US$ 65.000 após a correção motivada pelo ataque israelense ao Irã e a um novo FUD (medo, incerteza e dúvida) relacionado ao Tether (USDT), o preço do Bitcoin parece ter entrado em um novo período de consolidação à espera dos dois principais catalisadores de curto prazo que podem afetar de maneira significativa o sentimento do mercado.
Em 5 de novembro, ocorrem as eleições presidenciais nos EUA, com os mercados financeiros apostando em uma vitória do candidato republicano pró-cripto Donald Trump.
Dois dias depois, acontece a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que deve confirmar a flexibilização da política monetária do Banco Central dos EUA (Fed), com um corte na taxa de juros de 0,25%. Dados da FedWatch Tool da Bolsa Mercantil de Chicago (CME) apontam que um corte dessa magnitude é praticamente uma unanimidade entre as entidades do mercado – 96,3% de chances.
Enquanto o novo presidente não for declarado, os ativos de risco devem ser alvo de forte volatilidade. Especialmente porque esta semana será marcada pela divulgação de uma série de indicadores macroeconômicos importantes.
Nos próximos dias, os mercados estarão atentos ao PIB dos EUA no terceiro trimestre, aos resultados das empresas do setor de tecnologia, às folhas de pagamento não agrícolas (NFP), aos números do desemprego e ao indicador de inflação “preferido” do Fed, o índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE).
Análise do preço do Bitcoin
Na semana passada, Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor, antecipou a queda para US$ 65.260 testemunhada em 23 de outubro, diante do nova tentativa frustrada de rompimento da resistência em US$ 69.500.
Agora, em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, Diego Consimo, fundador da empresa de análise do mercado de criptomoedas, aponta que o RSI (índice de força relativa), o MACD (Convergência Divergência das Médias Móveis) e o OBV (On-Balance Volume) sinalizam uma "forte tendência de alta" no curto prazo no gráfico de 4 horas.
Gráfico anotado de 4 horas BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor
Consimo destaca ainda dois sinais de alta no gráfico diário do par BTC/USD. O Bitcoin acaba de confirmar uma "Cruz de Ouro", um clássico padrão de alta constituído pelo cruzamento da média móvel simples (MMS) de 50 sobre a MMS de 200 períodos.
"Além disso, o Bitcoin está próximo de romper um padrão de megafone de alta, reforçando o potencial de continuação da tendência atual conforme delineado no gráfico abaixo", acrescenta o analista.
Gráfico anotado diário BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor
O gráfico semanal também apresenta um padrão de alta. Este, no entanto, ainda depende de uma confirmação no fechamento do próximo domingo, 3 de novembro.
"O padrão Gift de Alta é composto por três velas", explica o analista. A primeira vela demonstra força e tamanho expressivos, seguida por um doji e, finalmente, por uma vela que precisa romper a máxima anterior.
Atualmente, no caso do Bitcoin, o padrão se confirmaria com um fechamento semanal acima da marca de US$ 69.500, conforme o gráfico abaixo.
Gráfico semanal anotado BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor
Apesar da confluência de indicadores positivos, Consimo alerta que o "Bitcoin enfrenta uma resistência significativa em torno dos US$ 70.000." O rompimento deste nível é fundamental para que a ação de preço do Bitcoin "ganhe impulso rapidamente, alcançando a faixa entre US$ 75.000 e US$ 86.000."
Uma nova rejeição na faixa dos US$ 69.500 poderia levar o Bitcoin a testar novamente os US$ 65.000. A manutenção do suporte nessa região aumenta a probabilidade de confirmação do rompimento em direção a novas máximas históricas, conclui o analista.
O Bitcoin opera acima de US$ 69.000 na tarde desta segunda-feira, 28 de outubro, em alta de 2,8% nas últimas 24 horas, de acordo com dados da CoinGecko.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, traders acreditam que uma nova máxima histórica pode ser registrada antes do fim deste mês, confirmando o histórico positivo de outubro para o preço do Bitcoin.