A decisão tomada no começo do mês pelo Banco Central da Argentina (BCRA) de suspender criptomoedas de aplicativos de pagamento provocou reações nos últimos dias por parte de fintechs e outras empresas e atores do ecossistema cripto.
Isso porque o fluxo de criptomoedas é uma das principais fontes de receita de alguns bancos digitais e a Argentina é o segundo país da América Latina em adoção de criptomoedas, atrás apenas do Brasil, segundo um levantamento recente da empresa de análise em blockchain Chainalysis.
 “Isso nos obriga a suspender a possibilidade de operar cripto, onde já temos mais de 300 mil contas”, disse no Twitter o CEO e fundador do aplicativo Ualá, Pierpaolo Barbieri.
Alegando que a decisão teve como objetivo “mitigar os riscos” aos cidadãos e ao sistema financeiro do país, onde a inflação anual gira em torno de 110%, o BCRA proibiu que as carteiras digitais do país realizem ou facilitem operações com criptoativos.
A decisão afeta, entre outras empresas, o Mercado Pago, plataforma de pagamentos do Mercado Livre, atualmente a maior carteira digital da Argentina. 
O que a empresa já realiza no Brasil há aproximadamente um ano por meio de uma parceria com a custodiante de criptomoedas Paxos, o que inclui a opção de compra de criptomoedas por cartão de débito, anunciada na última semana
“Se os reguladores argentinos visam proteger os consumidores, é improvável que esta última medida seja uma estratégia eficaz. Essa medida pode reduzir a segurança dos argentinos, que já enfrentam pressões econômicas significativas. Os dados são claros: banimentos ou quase banimentos não funcionam”, disse a vice-presidente global de política pública da Chainalysis, Caroline Malcolm.
A proibição sucede uma decisão anterior do Banco Central da Argentina que impediu os bancos locais de oferecerem criptomoedas aos clientes. O que aconteceu após o maior banco da Argentina, o Galicia, anunciar suporte para compra e venda de criptomoedas em seu aplicativo, conforme noticiou o Cointelegraph.