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Walter BarrosWalter Barros

Decisão do Banco Central da Argentina gera revolta entre fintechs: 'criptomoedas suspensas, lucros em risco'

Pela decisão do Banco Central da Argentina, carteiras digitais do país não podem ‘realizar ou facilitar operações com criptoativos.’

Decisão do Banco Central da Argentina gera revolta entre fintechs: 'criptomoedas suspensas, lucros em risco'
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A decisão tomada no começo do mês pelo Banco Central da Argentina (BCRA) de suspender criptomoedas de aplicativos de pagamento provocou reações nos últimos dias por parte de fintechs e outras empresas e atores do ecossistema cripto.
Isso porque o fluxo de criptomoedas é uma das principais fontes de receita de alguns bancos digitais e a Argentina é o segundo país da América Latina em adoção de criptomoedas, atrás apenas do Brasil, segundo um levantamento recente da empresa de análise em blockchain Chainalysis.
 “Isso nos obriga a suspender a possibilidade de operar cripto, onde já temos mais de 300 mil contas”, disse no Twitter o CEO e fundador do aplicativo Ualá, Pierpaolo Barbieri.
Alegando que a decisão teve como objetivo “mitigar os riscos” aos cidadãos e ao sistema financeiro do país, onde a inflação anual gira em torno de 110%, o BCRA proibiu que as carteiras digitais do país realizem ou facilitem operações com criptoativos.
A decisão afeta, entre outras empresas, o Mercado Pago, plataforma de pagamentos do Mercado Livre, atualmente a maior carteira digital da Argentina. 
O que a empresa já realiza no Brasil há aproximadamente um ano por meio de uma parceria com a custodiante de criptomoedas Paxos, o que inclui a opção de compra de criptomoedas por cartão de débito, anunciada na última semana
“Se os reguladores argentinos visam proteger os consumidores, é improvável que esta última medida seja uma estratégia eficaz. Essa medida pode reduzir a segurança dos argentinos, que já enfrentam pressões econômicas significativas. Os dados são claros: banimentos ou quase banimentos não funcionam”, disse a vice-presidente global de política pública da Chainalysis, Caroline Malcolm.
A proibição sucede uma decisão anterior do Banco Central da Argentina que impediu os bancos locais de oferecerem criptomoedas aos clientes. O que aconteceu após o maior banco da Argentina, o Galicia, anunciar suporte para compra e venda de criptomoedas em seu aplicativo, conforme noticiou o Cointelegraph.