Na última sexta-feira(26), o discurso “congelante” de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, falando em novas altas na taxa de juros para conter a inflação, embora tenha sido suficiente para deixar o mercado de criptomedas com os nervos à flor da pele e derrubar o preço do Bitcoin (BTC) para baixo dos US$ 20 mil, suporte que o BTC ainda tentava recuperar na tarde desta terça-feira (30), parece ter sido seguido por um fantasma: o hack da extinta exchange de criptomoedas sediada em Tóquio Mt. Gox, que fechou suas portas em fevereiro de 2014 após um hack que comprometeu 850.000 BTC.
No dia seguinte ao discurso de Powell, o que estava ruim acabou piorando com a disseminação de rumores no Twitter relacionados ao despejo de 137.000 Bitcoins para ressarcimento dos credores da Mt. Gox, o que acabou agravando a pressão sobre o BTC, embora a informação tenha sido descarta dois dias depois.
Coincidência ou não, nos dias 28 e 29 de agosto, a plataforma de análise blockchain BTC Parser, especialista em capturar a movimentação de Bitcoins “adormecidos”, informou que a baleia “14RKF”, que já teria sido detentora de 134.000 Bitcoins oriundos do hack da Mt. Gox.
De acordo com a plataforma, os 10.000 Bitcoins, cerca de US$ 200 milhões pela cotação do BTC na tarde desta terça, foram transferidos para carteiras desconhecidas depois de ficarem inativos por quase nove anos. O que aconteceu em dois lotes de 5.000 BTC por transação, que, por sua vez, foram divididos em diversas outras transações menores.
Segundo o monitoramento, os Bitcoins em questão foram originados da carteira 1McUC, que detinha 134.897,01 BTC obtidos de 14 endereços diferentes, a partir de um
um primeiro ataque à Mt Gox, em 2011, o que leva a crer que as baleias (14RKF e 1McUC) podem ser ou ter relação com uma mesma entidade, supostamente ligada ao hack da Mt. Gox.
Em publicação do News Bitcoin, o administrador do grupo “GFISchannel” , Taisia, demonstrou que não tem muitas dúvidas de quem poderia estar por trás das movimentações, ao declarar que:
“A visualização da blockchain mostra claramente que em cada uma das cadeias de transações associadas a ambos os saques, realmente aparece a mesma carteira ( 1McUC ), que recebeu uma grande quantia (134K BTC ) da Gox, justamente no momento dos eventos descritos. E, como lembramos, os fundadores da exchange BTC-E, que foi criada mais tarde, e mais tarde WEX também eram suspeitos do ataque de hackers subsequente.
Dados os eventos que estão ocorrendo agora com os líderes dessas duas exchanges, se eles estiveram envolvidos no ataque cibernético do verão, é possível que esses antigos cofrinhos estejam sendo abertos sob a influência de agências de aplicação da lei.”
Se as “velhas baleais” despertam suspeitas, algumas parecem nascer para fazer movimentações massivas e repentinas. Foi o que aconteceu no final de julho, quando uma baleia recém-nascida foi rastreada acumulando US$ 3 bilhões em Bitcoins em apenas três dias, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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