Dois episódios distintos envolvendo golpes através de criptomoedas resultaram em prisões e perdas que somam R$ 4,6 milhões a investidores brasileiros nos últimos dias. 

Um dos casos envolveu o trader e influencer Augusto Backes, que foi ao YouTube na última segunda-feira (4) relatar que havia perdido cerca de R$ 1 milhão no dia anterior,  através de um golpe de phishing de um falso airdrop da Blast, uma blockchain L2 de escalonamento da rede Ethereum.

O outro caso envolveu a prisão do influencer sul-mato-grossense Filippe Sims, que se popularizou nas redes sociais dando dicas de como ganhar dinheiro com inteligência artificial (IA), e o suposto comparsa dele, Jair Ferreira Júnior, na última sexta-feira (1). A dupla é acusada de roubar R$ 3,6 milhões em criptomoedas de um casal de idosos de Campo Grande (MS).

No YouTube, Augusto Backes disse que perdeu US$ 200 mil “através da ganância”. Segundo ele, em meio à correria para elaboração de um roteiro para a gravação de um vídeo, ele abriu um e-mail supostamente do airdrop da Blast. Em seguida, Backes acabou clicando em um link de phishing acreditando ter acionado um botão que se apresentava como o de reivindicação de tokens, já que ele havia feito a inscrição para o airdrop.

“Eu cliquei uma vez em ‘claim [reivindicar] meus tokens’, assinei a transação na [carteira] MetaMask e o negócio já engoliu tudo. Foram todos os meus tokens Render, foram tokens que eu utilizava para fazer aulas de DeFi. Éra uma carteira que já tinha o endereço público vazado, digamos assim, porque muita gente que gosta de criar conteúdo me atacando, pelou aquela carteira pra ficar mostrando”, explicou.

Captura de tela / Augusto Backes no YouTube

O trader aconselhou às pessoas a terem mais atenção ao clicarem em links enviados, mas ressaltou que o golpe estava muito bem-feito pela simulação do site verdadeiro da Blast, além de estar com pressa no momento do hack.

Em relação à dupla, segundo informações veiculadas pelo G1,as investigações da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Assaltos e Sequestros (Garras), de Mato Grosso do Sul, apontaram que Filippe e Jair fingiram amizade com o casal até conseguirem as senhas dos idosos. Isso porque, de acordo com o delegado responsável pelo caso, João Sartori, os suspeitos prestavam serviços de assessoria às vítimas.

Depois de perceberem que foram vítimas de um golpe, o casal procurou a polícia, que acrescentou o apoio Núcleo de Operações com Criptoativos do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab/MJSP) no rastreamento das criptomoedas. Em caso de condenação, eles podem receber penas que variam entre quatro a oito anos de prisão.

Na última semana, a Polícia Federal Argentina (PFA) e a Interpol também prenderam Antônio Ais e Fabrícia Farias, donos da Braiscompany, empresa paraibana acusada de golpe de pirâmide financeira através de criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.