A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) fecharam em abril uma parceria voltada à realização de uma pesquisa acadêmica para criação de uma solução em blockchain para identificação descentralizada de fake news (notícias falsas), iniciativa que deverá ser concluída em 12 meses.

“A gente precisaria [para combater as fake news], claro, de algum tipo de capacitação, mas já estamos nos preparando para isso. É um projeto que está em andamento com a UFG e nossa equipe também está desenvolvendo soluções de inteligência artificial para identificar nas plataformas de comércio eletrônico a venda de equipamentos piratas, como as TV boxes, usadas para quebrar sinais de TV por assinatura”, disse o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, em entrevista à Band News na última semana. 

Em um evento sobre regulamentação das plataformas digitais, realizado em abril pelo Legal Grounds Institute, entidade voltada à proteção de dados pessoais, Baigorri argumentou que a proposta gira em torno de “sair da lógica de se ter uma autoridade única dando aquele 'carimbo' sobre o que é fake news ou não.”

“Dessa forma, temos uma estrutura descentralizada, uma solução com uma comunidade multissetorial, e ela coloca uma flag no que é potencialmente uma fake news. Se ficarmos nesse dilema, sobre quem é o dono da verdade, não encontraremos a solução. Nós não acreditamos em uma entidade centralizada, acreditamos em modelos descentralizados para cuidar desse assunto",  justificou. 

No final de janeiro, a Anatel, por meio do Centro de Altos Estudos em Telecomunicações (Ceatel), fechou um Termo de Execução Descentralizada (TED) com a UFG e com o Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Nesse caso, a iniciativa tem como objetivo a elaboração do projeto de pesquisa intitulado “Avaliação de Impacto da Web 3.0: Descentralizada, Imersiva, Semântica, Centrada no Usuário e Conectada com o Mundo Ciberfísico.”

Com investimento de R$ 1,4 milhão e prazo de vigência até 2026, nesse caso, os trabalhos serão executados pelo Instituto de Informática da UFG com objetivo promover, investigar e divulgar regional e nacionalmente, conhecimentos tecnológicos sobre aplicações e serviços da Web3 sobre infraestruturas de comunicação avançadas com repercussões econômicas e sociais, com destaque para rede 5G.

Na esteira do avanço da blockchain e da Web3, a Binance concluiu recentemente mais uma rodada de um tour por universidades e instituições de pesquisa brasileiras para difundir as criptomoedas e essas tecnologias disruptivas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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