Apesar de movimentar R$ 1,8 trilhão em liquidações feitas pelos consumidores junto aos estabelecimentos no Brasil em julho, o Pix pode ser abandonado por 64% dos usuários em caso de uma eventual taxação da plataforma de transações do Banco Central (BC).
Foi o que apontou uma pesquisa recente realizada pela Opinion Box, encomendada pela empresa de tecnologia focada em pagamentos Fiserv Brasil. Levantamento que ouviu 2.020 pessoas entre 16 e 50 anos, metade das classes D e E, em sua maior parte mulheres (53%).
Além da aversão a uma eventual taxação do Pix, 35% dos entrevistados disseram que já receberam mensagens de tentativas de golpe pelo WhatsApp, investida que chegou uma única vez para 20% dessas pessoas.
Em caso de sucesso dos golpistas, 38% responderam que abandonariam o Pix em caso de se tornarem vítimas enquanto 37% disseram que poderiam abandonar a utilização da plataforma de transações eletrônicas em caso de perda de confiança.
Outra preocupação dos usuários é a impossibilidade de recuperar o dinheiro em caso de transações malsucedidas, já que 32% afirmaram que poderiam abandonar o Pix em caso de impossibilidade de estorno. Por outro lado, 7% disseram que nada os faria abandonar a utilização do Pix.
Para se ter uma ideia do que pode representar os temores dos usuários com o Pix, a utilização da plataforma em julho representou R$ 1,8 trilhão de liquidações entre consumidores e estabelecimentos em julho, segundo a Fiserv Insights.
De acordo com a fintech, o Pix representa 76% dos pagamentos efetuados em compras de varejo em estabelecimentos físicos. Nesse grupo, os principais são supermercados (63%), restaurantes (60%), farmácias (58%) marketplaces (50%) e aplicativos de delivery (43%). Já as compras on-line possuem uma adesão de 87% em suas liquidações, por meio do Pix.
Em relação à frequência de uso, 21% disseram que usam o Pix diariamente, 20% utilizam a ferramenta de três a seis vezes por semana e 22% utilizam a solução uma vez nesse período.
O pagamento tradicional respondeu por uma fatia de 77%, seguido pelo Pix Programado (24%) e Parcelado (19%), embora não seja uma solução oficial do BC. Quanto às interfaces, as chaves Pix representam 94%, o QR Code possui uma aderência de 60% e o Copia e Cola responde por 49%.
Na semana passada, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), declarou que a portabilidade dos investimentos financeiros, o “Pix dos Investimentos”, será implementado ainda este ano, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.