Resumo da notícia:

  • Correção recente das criptomoedas pode se reverte em oportunidade em dezembro, com possível corte de juros pelo Fed.

  • Incertezas macoreconômicas pode jogar investidores para criptomoedas de maior capitalização.

  • BTC, ETH, SOL, LINK e XRP podem “sentar à janela” no bonde do corte de juros do Fed.

Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL), Chainlink (LINK) e Ripple (XRP) têm boas chances de alta em dezembro, segunda análise divulgada nesta sexta-feira (28) pela Coinext.

De acordo com o relatório da equipe de pesquisa da exchange brasileira de criptomoedas, assinado pelo analista-chefe, Taiamã Demaman, apesar do cenário desafiador, a recente correção amplia oportunidades para investidores atentos. O que pode acontecer pela entrada de liquidez nos mercados, a partir do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), representando um ponto de inflexão para as criptmoedas.

Na avaliação exchange, o cenário ainda é de cautela, o que pode favorecer criptomoedas que demonstraram maior resiliência e participação ativa em seus respectivos ecossistemas, pois tranmitem mais segurança aos investidores. Foi o que levou a Coinext a se concentrar em ativos que combinam fundamentos robustos, usabilidade comprovada e capitalização de mercado já estabelecida.

Esses ativos oferecem maior previsibilidade, mesmo diante de oscilações mais intensas no curto prazo. A estratégia busca preservar o equilíbrio da carteira ao evitar exposição excessiva a tokens altamente especulativos ou com baixa liquidez. Além disso, a escolha recai sobre criptoativos que estão inseridos em tendências estruturais, como tokenização de ativos do mundo real, liquidações etre cadeias e adoção institucional, garantindo assim maior aderência ao momento atual do mercado, explicou a exchange.

Confira a análise da Coinext:

Bitcoin

A queda acentuada do Bitcoin desde outubro, quando o ativo chegou a ser negociado acima de US$ 126 mil, até a região dos US$80 mil em dezembro, reacendeu dúvidas no mercado: estaríamos diante do fim do atual ciclo de alta?

Apesar da correção expressiva, os sinais técnicos e comportamentais ainda não indicam um topo definitivo de ciclo. Até o momento, faltaram elementos típicos de encerramento, como euforia generalizada, comportamento irracional por parte dos investidores ou movimentos especulativos fora da curva. Mesmo entre os grandes players, as chamadas “baleias”, prevaleceu uma postura disciplinada: as movimentações registradas parecem refletir ajustes estratégicos de portfólio e realocações defensivas, e não saída estrutural do mercado.

Tecnicamente, a manutenção do ciclo de alta depende da reação do preço nas próximas semanas. Um fechamento semanal acima de US$ 95,4 mil poderia destravar espaço para uma recuperação em direção aos US$ 100 mil. Já um encerramento mensal abaixo de US$ 91,7 mil, especialmente se acompanhado de deterioração macroeconômica, indicaria maior fragilidade e abriria margem para testes mais profundos na região entre US$ 81,9 mil e US$ 76 mil.

Entretanto, o gráfico sozinho não resolve. O fator decisivo para a trajetória do Bitcoin permanece sendo o ambiente macroeconômico, especialmente nos Estados Unidos. A próxima reunião do Federal Reserve, irá trazer maior clareza sobre a política de juros. Além disso, o fim do programa de aperto quantitativo (QT), agendado para 1º de dezembro, abre espaço para um cenário de maior liquidez.

Mesmo em queda, a solidez do Bitcoin e seu histórico de adaptação a contextos adversos continuam sendo pontos de ancoragem. Com fundamentos robustos e crescente tração institucional, o ativo permanece como pilar estratégico dentro de qualquer portfólio exposto ao mercado cripto.

Ethereum

O Ethereum entra em dezembro em um momento técnico e estrutural de grande relevância. Após semanas oscilando na faixa dos US$ 2,8 mil, o ativo se aproxima de uma zona decisiva entre US$ 3,3 mil e US$ 3,5 mil, região onde se sobrepõem um suporte horizontal importante e a principal linha de tendência de alta do gráfico mensal.

Sustentar essa faixa é crucial para preservar a estrutura de valorização. Caso a reação compradora se confirme, o ETH pode mirar a próxima resistência entre US$ 3,9 mil e US$ 4,1 mil, com possibilidade de reteste ainda na segunda quinzena de dezembro. Por outro lado, se perder essa base, a pressão vendedora pode se intensificar, com testes em patamares mais baixos.

Esse ponto técnico coincide com um marco fundamental para a rede: o lançamento da atualização Fusaka, previsto para o dia 3 de dezembro. O update traz a introdução da tecnologia PeerDAS, que visa revolucionar a distribuição de dados entre os nós da rede. A inovação pode multiplicar por oito a capacidade de dados da blockchain e reduzir de forma significativa os custos de transação, especialmente relevante para o setor de DeFi, que depende de eficiência operacional para escalar.

Além de ampliar a escalabilidade da rede, a Fusaka deve impulsionar soluções de Layer-2 e fomentar o uso do Ethereum em tokenização de ativos do mundo real. Somado a isso, os ETFs de ETH voltaram a registrar forte entrada de capital institucional, com fluxos de aproximadamente US$ 300 milhões nos últimos dias.

Diante desse cenário, o Ethereum se consolida como uma escolha estratégica para dezembro: um ativo com fundamentos robustos, papel central no ecossistema cripto e gatilhos técnicos e tecnológicos claros que podem sustentar seu crescimento nos próximos ciclos.

Solana

Mesmo em meio à recente correção generalizada do mercado cripto, a Solana voltou a demonstrar forte apelo institucional com a estreia de dois novos ETFs. A 21Shares lançou seu fundo TSOL com mais de US$ 100 milhões em ativos sob gestão já no primeiro dia, enquanto a VanEck também colocou no mercado seu ETF de SOL, o VSOL, ambos com funcionalidade de staking, o que permite a geração de recompensas e fortalece a segurança da rede.

Com essas adições, o número total de ETFs de Solana disponíveis nos Estados Unidos chegou a cinco, acumulando mais de US$ 2 bilhões em entradas, mesmo em um ambiente de aversão ao risco. Essa dinâmica reforça o interesse institucional pela rede e pela exposição a um dos ecossistemas mais ativos do setor. Em paralelo, o ETF BSOL da gestora Bitwise, lançado em outubro, já acumula quase US$ 500 milhões em aportes, consolidando-se como um dos lançamentos mais bem-sucedidos da história do setor nos EUA.

Apesar da queda de aproximadamente 14% no preço da SOL na última semana, a perspectiva de médio prazo para 2025 segue cautelosamente otimista. De acordo com análises do portal Coindcx, caso o sentimento de mercado se fortaleça e a Solana consiga retomar a região das principais médias móveis ao longo dos próximos meses, projeções indicam um potencial de recuperação rumo à faixa dos US$ 170 a US$ 190.

Por outro lado, em uma leitura mais conservadora, o ativo tende a oscilar entre US$ 150 e US$ 165 antes de qualquer estrutura de alta mais clara. No entanto, por sua combinação de tecnologia, relevância de mercado e tração institucional, a Solana se posiciona como uma escolha sólida para dezembro.

Chainlink

A Chainlink segue avançando de forma discreta, mas consistente, ganhando espaço entre grandes players globais, de empresas privadas a iniciativas governamentais. Segundo a Grayscale, a rede se consolidou como o “tecido conectivo crítico” entre o universo cripto e o sistema financeiro tradicional, por prover infraestrutura essencial para processos como tokenização de ativos, liquidação cross-chain e conformidade regulatória.

Hoje, o token LINK é o maior criptoativo fora das blockchains de primeira camada (Layer‑1), excluindo stablecoins. Essa posição destaca sua importância como solução multiplataforma, que oferece aos investidores exposição diversificada a diferentes ecossistemas. Com o mercado de ativos do mundo real (RWA) saltando de US$ 5 bilhões para mais de US$ 35,6 bilhões desde 2023, a Chainlink se coloca como peça-chave na integração entre blockchains e dados off-chain, algo indispensável para o avanço da tokenização.

Entre os casos mais relevantes, destaca-se a colaboração entre JPMorgan, Ondo Finance e Chainlink em uma liquidação cross-chain entre um sistema bancário permissionado e um testnet público (rede de testes que simula operações em blockchain sem risco financeiro). A operação permitiu trocar ativos tokenizados por pagamentos fiduciários, mantendo cada item em sua cadeia nativa, reforçando a utilidade prática da rede.

Para investidores, o LINK representa uma escolha estratégica, um ativo com função real, adoção institucional e alinhado às principais tendências do setor. Segundo o portal Blockchain News, a superação da resistência de US$ 16,80 pode levar o token aos US$ 20, US$ 22,78. Um alvo conservador seria US$ 14,98 até o fim do ano. Abaixo de US$ 11,61, a correção poderia chegar a US$ 7,90. Mesmo assim, o contexto favorece a Chainlink como uma opção sólida para dezembro.

XRP

A RLUSD, stablecoin da Ripple lastreada em dólar, iniciou uma nova fase institucional após ser aprovada pela Autoridade Reguladora de Serviços Financeiros (FSRA) do Mercado Global de Abu Dhabi (ADGM). Com a autorização, o ativo poderá ser utilizado como colateral em exchanges, empréstimos e plataformas de corretagem que operam dentro do ambiente regulado do ADGM, um dos centros financeiros mais ativos do mundo em ativos digitais.

A aprovação impulsionou a capitalização de mercado da RLUSD, que ultrapassou US$ 1,26 bilhão em novembro, refletindo um avanço significativo, especialmente nas redes Ethereum e XRPL. Esse crescimento posiciona a stablecoin para possível entrada entre as cinco maiores do mundo, evidenciando seu apelo entre instituições e sua capacidade de ganhar tração global com base em compliance e usabilidade prática.

Além disso, a Ripple anunciou uma captação de US$ 500 milhões em uma rodada de investimentos que avaliou a empresa em US$ 40 bilhões. O financiamento foi liderado por fundos afiliados à Fortress e Citadel Securities, com participação de grandes players institucionais como Pantera Capital, Galaxy Digital, Brevan Howard e Marshall Wace. Os recursos serão destinados à expansão de soluções em custódia, stablecoins e serviços de corretagem institucional, áreas com crescente demanda entre investidores qualificados.

No mesmo contexto, a XRP, token nativo do ecossistema Ripple, tem previsão de valorização moderada até dezembro de 2025. Segundo análise da Changelly, o ativo pode atingir um pico de US$ 2,46, com suporte mínimo em US$ 2,16 e preço médio projetado de US$ 2,31. A expectativa é que os avanços da Ripple em soluções globais e regulamentação reforcem a utilidade da XRP como ativo estratégico na liquidação de pagamentos e transferência de valor.

Esta semana, especialistas também apontarm os próximos alvos do CRV, ETH e SUI, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e operação comercial envolvem riscos, e os leitores devem realizar suas próprias pesquisas antes de tomar qualquer decisão.