Encontrar uma nota de R$ 50 ou R$ 100 na calçada ou no bolso do paletó que estava desde o inverno passado deixado de lado no guarda-roupa é uma alegria cada vez mais rara nos dias atuais, já que o dinheiro, além de escasso, há bastante tempo ganhou versões digitais, em um primeiro momento pelos cartões magnéticos e, em um passado mais recente, pelas criptomoedas. Estas últimas foram marcadas pela descentralização, cuja circulação cresceu independente de governos e acabou caindo no gosto popular, a ponto de serem aceitas por diversas empresas e estabelecimentos ao redor do mundo, até despertarem interesses de parlamentares e governos.

O Brasil, por exemplo, corre para lançar sua moeda digital (CBDC), o Real Digital, além da regulamentação das criptomoedas no país, que caminha a passos largos no Congresso Nacional. Tudo isso na esteira do crescimento de 417% no volume de negociações de criptomoedas no país em 2021 em relação ao ano anterior, o que representou um volume de R$ 103,5 bilhões no ano passado de acordo com um relatório anual do CoinTrader Monitor. 

Para se ter uma ideia do crescimento da popularização das criptomoedas no Brasil, estima-se que aproximadamente cinco milhões de brasileiros já possuem algum tipo de criptoativo atualmente, mesmo número de pessoas físicas operando na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, com a diferença de que uma levou pouco mais de cinco anos para chegar a este número, enquanto a outra precisou de cinco décadas. Isso porque o Brasil ainda representa tímidos 2% da fatia mundial deste mercado.

A criação do Real Digital que, segundo declarações recentes do presidente do Banco Central (Bacen, BC), Roberto Campos Neto, deve acontecer ainda este ano, faz parte da estatística de uma pesquisa divulgada recentemente pela empresa de contabilidade PwC revelando que mais de 80% dos bancos centrais estão considerando ou já lançaram uma CBDC. É o caso da China, que lançou em janeiro  uma versão piloto da carteira digital do yuan, a moeda fiduciária do país.

Segundo o relatório, os países apresentam diferente fatores de motivação para a criação de uma CBDC, entre as principais delas estão a facilitação de pagamentos transfronteiriços e controle  de crime financeiro.

Entre os fatores que ajudam a refletir o avanço das instituições sobre as criptomoedas também está a aceitação por porte de empresas para a liquidação de compras. No Brasil por exemplo, as criptomoedas já são aceitas por mais de 900 empresas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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