A trajetória das criptomoedas no Brasil revela um crescimento quase nunca visto entre os investidores do mercado, a exemplo da adesão no resto do mundo, em linhas gerais. Para se ter uma ideia do que isso representa, estima-se que aproximadamente cinco milhões de brasileiros já possuem algum tipo de criptoativo na atualidade, mesmo número de pessoas físicas operando na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, com a diferença de que uma levou pouco mais de cinco anos para chegar a este número, enquanto a outra precisou de cinco décadas. 

A popularização também é percebida pela presença de dois aplicativos (Apps) cripto originalmente brasileiros, das exchanges Mercado Bitcoin e BitcoinTrade (adquirida no ano passado pela argentina Ripio), que estão entre os aplicativos de criptomoedas e blockchain mais baixados no Brasil em 2022, com mais de um milhão de downloads no total, segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base nos dois principais sistemas operacionais (iOS e Android). 

Confira o Top 10:

1 - Crypto.com - 1.929.538 de downloads
2 - Binance - 1.453.374 de downloads
3 - MetaMask - 881.368 downloads
4 - Bitso - 667.649 downloads
5 - Mercado Bitcoin - 581.892 downloads
6 - KuCoin - 476.929 downloads
7 - BitcoinTrade - 408.811 downloads
8 - Huobi - 408.525 downloads
9 - Trust: Crypto & Bitcoin Wallet - 186.546 downloads
10 - Coinbase - 185.900 downloads

O crescimento dos Apps 

Na esteira da popularização das criptomoedas, o uso de aplicativos cripto apresentou uma alta de 902% em 2021 pela média mundial, período em que a América Latina registrou um crescimento de 182% segundo dados de uma pesquisa da plataforma de análise de mercado mobile Adjust e o provedor de inteligência de aplicativos Apptopia.  

No caso do Brasil, a força dos Apps cripto também foi ser mensurada pelo número de smartphones (celulares inteligentes) existentes no país, cerca de 242 milhões segundo a FGV, número maior do que os quase 215 milhões de habitantes que constam nas informações oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Apps e o marketing

Os 15,16 minutos em cada uma das 3,76 sessões diárias, pela média do levantamento da Adjust e da  Apptopia, também revelaram que a comunidade cripto possui um alto engajamento e requer atenção redobrada dos profissionais de marketing de aplicativos de criptomoedas.  A começar pelos requisitos jurídicos pelos quais o departamento de marketing deve passar antes de publicar anúncios em redes sociais como  Google, Facebook, Twitter e LinkedIn, por exemplo. 

Dialogar com novos públicos também pode ser uma ponte para novos downloads dos aplicativos cripto. Um exemplo recente foi o Super Bowl de 2022 (final da liga de futebol americano dos Estados Unidos), que foi apelidado de "Crypto Bowl", devido aos anúncios de corretoras de criptomoedas como Coinbase, FTX, eToro e Crypto.com que dominaram os meios de comunicação e geraram um total de 279% mais downloads para os aplicativos. Mas o sucesso de uma campanha também passa pela experiência adquirida de testes criativos direcionados a variados públicos e a construção de uma relação de lealdade com os investidores de criptomoedas por meio do engajamento com os usuários ativos e reengajamento dos inativos.

A Crypto.com, por exemplo, aproveitou a nacional pelo futebol e fechou uma parceria com a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) em novembro de 2021 para sorteio de 140 ingressos (70 pares) para jogos dos times brasileiros na Libertadores 2022. O que previa o download do aplicativo da exchange para obtenção do código de inscrição, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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