O preço do Bitcoin (BTC) rompeu todas as barreiras com o lançamento do primeiro ETF da criptomoeda nos EUA e, com isso, além de estabelecer uma nova máxima histórica para seu preço, ele se tornou de vez um ativo de investimento.
Além disso, no primeiro dia de lançamento do ETF o produto atraiu mais de US$ 1 bilhão em investimento, tornando-se o segundo maior lançamento da história do mercado americano.
No entanto, para os especialistas em criptomoedas a aprovação do ETF nos EUA é apenas um marco que vai estabelecer o início de uma nova fase para o Bitcoin, na qual, a criptomoeda vai subir mais de 200% e começar a competir com o ouro como o maior ativo de investimento do mercado.
Alex Buelau, CTO da Parfin destaca que esse aumento no preço do Bitcoin não foi impulsionado só pelo ETF, mas por vários fatores, entre eles, o halving.
“Um dos modelos mais populares de preço do bitcoin é o chamado de Stock to Flow, que previa esse nível de preço ainda esse ano por consequência do halving que aconteceu no ano passado. Esse fenômeno é quando a quantidade de bitcoin criada pelos mineradores cai pela metade, ou seja, reduziu a oferta disponível, mas ao mesmo tempo a demanda do bitcoin não para de subir.”
Já Alexandre Vasarhelyi, Portfolio Manager na BLP Asset, a aprovação do ETF de Bitcoin é só o começo de uma escalada de alta que vai levar a criptomoedas a preços talvez inimagináveis.
"Para entender a importância de um ETF de Bitcoin vale olhar o que aconteceu com o ouro após o surgimento do primeiro ETF em Março de 2003. Antes do ETF os investidores institucionais tinham dificuldade em alocar no metal pois o ouro era difícil de se comprar e armazenar. Hoje um fundo de pensão tem os mesmos problemas com o Bitcoin e um ETF resolve isso", disse.
Aproveite para comprar agora que tá barato
Nesta linha o CEO da Digitra.com, Rodrigo Batista, destacou que a criptomoeda vai subir muito mais depois da aprovação do ETF e que, no valor atual, acima de R$ 360 mil o Bitcoin ainda está muito barato.
"Sendo bem sincero, a qualquer preço menor que 500 mil dólares, o Bitcoin está barato em minha opinião. Com essa convicção fiz minha primeira compra a 4 dólares, fundei empresas de criptomoedas para atender o Brasil. Com a mesma certeza estou fundando a Digitra.com para atender o mundo todo. A grande dificuldade dos investidores é suportar as baixas bruscas que fazem parte do caminho até chegarmos lá, mas vale a pena.", disse.
Marco Castellari, CEO da Brasil Bitcoin, destacou que o lançamento do fundo ETC indexado ao Bitcoin não foi somente uma alavanca para atingir seu topo histórico, mas um marco para a popularização da criptomoeda.
"Agora, a criptomoeda tornou-se tão acessível quanto comprar uma ação, atingindo dezenas de milhões de investidores", apontou.
Já João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex destacou que a aprovação do ETF tem dois aspectos extremamente relevantes.
“O primeiro é a facilitação do acesso a investimentos em cripto para uma ampla gama de investidores americanos, bastante acostumados às bolsas de valores. O segundo e, talvez, mais relevante é a chancela do regulador do maior mercado de capitais do mundo, mostrando que os criptoativos estão em uma fase de maior maturidade como classe de ativos", afirmou.
André Franco, analista de criptoativos da Empiricus, destaca que os dados ‘on chain’, que são os dados da blockchain, estão muito saudáveis e uma alta para acima de US$ 70 mil pode vir já em poucos dias.
"Podemos ter uma ‘pernada’ continuando nas próximas semanas. A gente vê muita possibilidade de crescimento do bitcoin, mas mais ainda de altcoins. As possibilidades estão na mesa, tem muito ‘bull market’ pela frente. Eu já estava otimista em julho, com o mercado lateralizado, e agora estou mais ainda. Tem muita negociação no privado acontecendo, muita gente querendo entrar nesse mercado, botando mais dinheiro; o segmento reaqueceu de novo e estamos em um período muito parecido com o que foi o final de 2020.”, destacou.
A tendência, como sempre foi, é de alta
Para Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit, muitas notícias positivas sobre o mercado, fizeram com que o mercado ganhasse um up. O fato de El Salvador aceitar o bitcoin como moeda e até mesmo o fato da mineração do bitcoin sair da China e migrar para os Estados Unidos foi algo positivo para o mercado.
"E o mais recente, a aprovação dos ETFs na Bolsa de Valores fez com que o Bitcoin alcançasse esse patamar. Para os próximos meses acredito que novos recordes serão batidos. A tendência, como sempre foi, é de alta”, aponta.
Vinicius Frias, CEO do Alter e Diretor do Méliuz, as pessoas gostam de procurar justificativas de curto prazo, como o ETF, mas o fato do Bitcoin dominar o mercado de investimentos já era previsto há muito tempo devido sua característica única.
"Mas gosto de pensar que os fundamentos sólidos são os mesmos que impulsionam a alta desde o ano passado, que é ainda mais expressiva: maior adoção pelo mercado institucional de forma geral e, principalmente, por ser um ativo contra a expansão monetária que atinge o mundo desde o início da pandemia."
A crise dos governos em todo o mundo, assim como a ascensão de uma nova geração digital são os grandes fatores que vão impulsionar o preço do Bitcoin para um patamar muito maior, segundo aponta Rafael Izidoro, CEO da Rispar
"Com a economia global em crise, os olhos se voltam cada vez mais para o bitcoin como um excelente investimento, reserva de valor e um refúgio contra a inflação. Esse ciclo de alta ainda não acabou!", disse Izidoro
No entanto, Bernardo Schucman, vice-presidente sênior de operações de Data Center da CleanSpark, acredita que US$ 66 mil é um precinho bem barato para o Bitcoin e prevê a criptomoeda acima de US$ 150 mil até o final do ano.
"A minha aposta contínua em uma forte alto do Bitcoin para esse último quarto levando o preço a 150 mil dólares americanos no final de dezembro", prevê.
US$ 100 mil é quase certo
Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, apontou que o preço do Bitcoin explodiu com a liberação do tão aguardado e primeiro ETF negociado nos Estados Unidos nesta semana, um importante facilitador para entrada de fluxo comprador.
"Agora, a expectativa é de que a cotação do Bitcoin continue em alta e atinja US$ 100 mil", disse.
Essa também é a opinião de Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy, apontou que a perspectiva de todo mundo que faz uma análise um pouco mais fundamentalista é de uma "levantada" muito forte até o final do ano que, acredito, atingirá os US$ 100 mil.
"Fundos como esses sendo abertos na bolsa dos EUA fazem com que grandes empresas e fundos de family offices possam se expor a esse ativo de maneira regulada, aumentando a possibilidade de entrada de muito dinheiro nesse mercado. Com a regulação para a criação desses fundos, criptomoedas passam a pode ser acessadas por quem só trabalha com de forma regulada, que é grande parte de quem atua com riquezas no mundo”, disse.
Para Jean Carbonera, CEO do AgroVantagens, quando falamos em alta da cotação do Bitcoin, estamos usando como referência as moedas fiduciárias, como dólar e real.
Porém, quando se analisa todo o contexto da criptoeconomia e as altcoins que sobem tanto ou mais que o BTC, o que se torna claro para todos é que não se trata da variação cambial de uma moeda e sim a valorização do que é o lastro básico de todas as criptomoedas existentes: a tecnologia blockchain.
"Nesse sentido, o que deixa os entusiastas dos criptoativos ainda mais confiantes é saber que a tecnologia blockchain, tão segura, confiável, disruptiva e aplicável a diferentes e importantes setores, não apenas o financeiro, recebe aperfeiçoamentos e novas aplicações a cada dia. Essa é a verdadeira revolução e o motivo de altas tão expressivas", pontua.
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