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Cassio GussonCassio Gusson

Com aprovação da CVM, Brasil ganha sua primeira 'B3' totalmente tokenizada baseada em Ethereum

O foco da BEE4 será permitir que determinadas empresas possam emitir ações, na forma de tokens, e que estes possam ser negociados no mercado secundário em processo similar ao que ocorre na Bolsa de Valores

Com aprovação da CVM, Brasil ganha sua primeira 'B3' totalmente tokenizada baseada em Ethereum
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O Brasil está próximo de ser o primeiro país na América Latina a possuir uma espécie de Bolsa de Valores totalmente tokenizada construída na rede Quorum, baseada em Ethereum (ETH). A 'B3' versão tokenizada é uma plataforma da BEE4 que vem sendo desenvolvida dentro do Sandbox regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O foco da BEE4 será permitir que determinadas empresas possam emitir ações, na forma de tokens, e que estes possam ser negociados no mercado secundário em processo similar ao que ocorre na Bolsa de Valores. O objetivo da empresa são companhias que não tem estrutura para fazer uma IPO mas também não estão mais em estágio inicial e já tem um produto consolidado.

As ofertas públicas tokenizadas poderão levantar até R$ 100 mihões. Segundo revelou Patricia Stille, CEO da BEE4, em entrevista ao InfoMoney, o tipo de companhia que será foco da BEE4 é aquela que está em um ponto em que precisa de capital para conseguir acelerar seu crescimento.

A executiva explica ainda que para participar do processo de emissão de ações tokenizadas na BEE4 a empresa precisa ter pelo menos 12 meses de operação e mais de R$ 10 milhões de faturamento por ano.

“Com o tempo, a nossa expectativa e planejamento estratégico é que a gente fique acima dos R$ 40 milhões [de faturamento médio por empresa] para justamente ter essa ‘escadinha’: o crowdfunding até R$ 40 milhões, a gente pegando o ‘super gap’ do mercado e a B3 indo para as empresas mais maduras”, explicou ela.

Stille também explicou que o formato de tokenização da empresa faz da BEE4 um negócio único que não é nem uma "B3 tokenizada" e nem uma empresa no formato cripto, pois, entre outros, as ações tokenizadas não poderão ser negociadas 24 horas todos os dias.

Sandbox

Também integrante do Sandbox da CVM a Vórtx QR Tokenizadora junto com o Itaú BBA anunciou recentemente a listagem de um novo token em sua plataforma, o token da Pravaler referente a debêntures (ações) tokenizadas emitidas pela empresa no valor total de R$ 60 milhões, representados por 60 mil tokens de R$ 1 mil, cada.

Esta é a terceira emissão da empresa tokenizadora dentro do sandbox. No total a empresa já emitiu este ano 74 mil debêntures tokenizadas da Salinas Participações, também com coordenação do Itaú BBA, no volume de R$ 74 milhões, e 8 mil cotas do fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) QR Rispar Crédito Cripto, lançado pela QR Asset, em uma operação de R$ 8 milhões.

“A plataforma da Vórtx QR Tokenizadora possui autorização da CVM para contar com  12 emissores, sendo que cada um pode fazer mais de uma emissão.  A emissão da Pravaler, acrescenta o terceiro emissor ativo na plataforma, deixando espaço para mais 9 emissores participarem dessa revolução na forma de acessar o mercado de capitais”, explica Thiago Schober, Head de Novos Negócios da Vórtx QR Tokenziadora.

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