Depois de dias consecutivos de alta, o preço do Bitcoin (BTC) voltou a cair e passou a ser negociado novamente abaixo de US$ 23 mil.
Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, destaca que o principal fato que interrompeu o movimento positivo do BTC foi a divulgação do balanço da Tesla, que revelou a venda de 75% dos bitcoins que a empresa tinha em caixa.
"O mercado teve uma forte volatilidade no momento do anúncio. Porém a venda não deve impactar o mercado em nenhum horizonte de tempo, seja a curto ou médio prazo. O motivo é que essa venda ocorreu na faixa de 27,500 dólares e faz parte da capitulação instrucional que tomou conta do mercado nos últimos meses. No longo prazo, a redução da influência e envolvimento de Elon Musk é positiva para o mercado, visto que ele acumula polêmicas e endossa criptomoedas fraudulentas como Dogecoin", disse.
Já Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management, afirma que a recente alta do Bitcoin ainda não foi suficiente para eliminar os temores do mercado e, portanto, a baixa que ocorre no momento continua sendo reflexo do temor dos investidores com o mercado de criptomoedas.
"O fantasma das empresas cripto e do cenário macro ainda permanece. O problema de liquidez de algumas empresas do setor ainda persiste. Desta vez, o congelamento de movimentações veio da Zipmex e há também a Vauld, outra exchange, também dá sinais de piora de sua situação. Grandes empresas como a Coinbase investiram na Vauld", disse.
Portanto ele aponta que ainda é muito cedo para dizer que "O pior já passou" e o que vem sustentando o mercado é a expectativa pelo The Merge, na rede Ethereum, que, se adiado mais uma vez (já foi adiado 4 vezes) pode reforçar a onda pessimista do mercado.
4 criptomoedas que subiram até 82% e superaram o Bitcoin
No entanto, algumas altcoins estão ignorando os sentimentos mistos do mercado e apresentaram valorização de até 82% nos últimos 7 dias. Lucas Schoch, fundador da Bitfy, selecionou 4 criptomoedas, entre o top 100 do mercado, que subiram deixando o Bitcoin de lado.
A primeira criptomoeda na lista de Schoch é o Ethereum Classic, que teve seu lançamento em 2016, e tem como sua principal função, ser uma rede de smart contracts, com a capacidade de hospedar e suportar D’Apps.
"O seu token nativo ETC vem surpreendendo chegando a uma valorização de 82%", disse.
Na segunda posição, o analista destaca a Polygon (Matic), lançada em outubro de 2017 por Jaynti Kanani, Sandeep Nailwal e Anurag Arjun. Ele destaca que nesta última semana, a criptomoeda está vivendo uma valorização equivalente a 70%.
Já na terceira posição está o Ethereum que nestes últimos sete dias a criptomoeda vem obtendo uma valorização de 54%, "e dá vestígios de que a sua evolução possa ser duradoura", segundo ele.
Fechando a lista do especialista está a Avalanche, criptomoeda criada pela Ava Labs em 2020 e que foi projetada como moeda virtual seis anos antes do primeiro white paper da Bitcoin pelos seus fundadores, Gün Sirer, Kevin Sekniqi e Maofan Yin.
A Avalanche é uma blockchain de primeira camada que opera como uma plataforma de D’Apps, e tem como principal qualidade, as transações em alta velocidade, executando até 6.500 TPS sem comprometer a sua escalabilidade.
"Nesta última semana a criptomoeda está valorizando cerca de 50%", finaliza.
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