O ex-camisa 10 da seleção brasileira Ronaldinho Gaúcho poderá se convocado nos próximos dias para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, a CPI das Criptomoedas, na condição de investigado por “suspeitas de envolvimento em fraudes com investimentos em criptomoedas envolvendo as empresas LBLV e 18k Ronaldinho.”
Além do ex-jogador, a CPI das Criptomoedas também poderá aprovar o comparecimento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, e de Onur Altan Tan, CEO da exchange de criptomoedas turca Bitci, emissora do Brazil National Football Team Fan Token (BFT), que teve o contrato encerrado em novembro do ano passado por suposto calote na CBF. Nesses casos, o comparecimento seria a título de esclarecimentos sobre o fan token e seu contrato.
No caso de Ronaldinho Gaúcho, o requerimento (REQ 61/2023) de autoria do deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi apresentado na tarde da última quarta-feira (28). Ao justificar o pedido de comparecimento do Bruxo, como o ex-jogador é popularmente conhecido, o parlamentar explicou que tomou conhecimento da participação do ex-jogador em campanhas publicitárias das empresas.
“A presença do senhor Ronaldo de Assis Moreira é de extrema importância para esclarecer sua relação com as empresas mencionadas, bem como para elucidar as circunstâncias e o conteúdo de sua participação nas atividades publicitárias realizadas em seu nome. Seu depoimento pode fornecer informações relevantes sobre a natureza das operações das empresas, bem como sobre possíveis práticas fraudulentas que possam ter ocorrido”, declarou.
Bilynskyj acrescentou que o comparecimento de Ronaldinho Gaúcho à CPI “pode ajudar a compreender melhor a dinâmica das propagandas realizadas por essas empresas e o impacto que elas tiveram na percepção do público em relação aos investimentos em criptomoedas.”
“Isso é fundamental para que esta CPI possa avaliar o papel da publicidade na disseminação de esquemas fraudulentos e na manipulação de investidores”, emendou.
Nos casos de Ednaldo Rodrigues e de Onur Altan Tan, o requerimento (REQ 68/2023) foi formulado pelo presidente da CPI, Aureo Ribeiro (SD-RJ), que dissertou sobre a utilização de fan tokens para engajamento entre fãs e entidades esportivas além de destacar o montante arrecadado pela CBF com o BFT, cerca de R$ 90 milhões.
“No entanto, nos quase dois anos após o lançamento pouco se falou sobre o assunto. A derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo, mais a queda generalizada do mercado de criptoativos ocorrida em 2022, e o token BFT, que havia alcançado seu preço máximo de US$ 1,53 ao final de 2022, em maio de 2023 era negociado a US$ 0,06, uma queda de 96%. Foi a maior perda entre os fan tokens de outras seleções, que também desabaram no período: o ARG, da Argentina, recuou 88%; o POR, de Portugal, 85%; e o SNFT, da Espanha, 92%”, argumentou.
Aureo ressaltou ainda que “estima-se que a dívida da Bitci com a Confederação seja de cerca de R$ 40 milhões, e que esse problema com a corretora tenha resultado em demissões dentro da CBF, como a saída do espanhol Lorenzo Perales da diretoria comercial.”
Na última semana, em um novo rolé, Ronaldinho Gaúcho lançou uma casa de apostas e jogos de cassino proibidos no Brasil. No caso do BFT, o negócio envolvendo a CBF e a Bitci teria sido intermediado pela Infront, agência global de marketing esportivo presidida por Philippe Blatter, sobrinho do ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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