O preço do Bitcoin segue pressionado pela alta do DXY e pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, mantendo o mercado em alerta. Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, o cenário atual mostra que os investidores estão adotando uma postura mais cautelosa, migrando para ativos de menor risco.
"A gente continua vendo um mercado ainda avesso ao risco. O DXY engatou mais uma alta, com as ações e o Bitcoin ainda pressionados e ficando quase no zero a zero", comentou o especialista.
A macroeconomia norte-americana também tem impacto direto sobre o mercado de criptomoedas. O forte desempenho do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com novos dados do payroll a serem divulgados na sexta-feira, tem gerado apreensão.
"Isso, sozinho, já é um estímulo suficiente para gerar cautela entre os investidores", disse Fernandes, destacando que o Bitcoin perdeu parte da força que apresentava em uma tentativa de recuperação no início do dia.
Além dos fatores macroeconômicos, as tensões no Oriente Médio têm trazido volatilidade aos mercados globais. Os investidores, diante dessa incerteza, optam por ativos menos instáveis. Mesmo assim, o Bitcoin ainda mostra sinais de resiliência.
"Os dados de derivativos, por exemplo, mostram um número de posições abertas ainda muito próximo dos topos registrados em 2023", afirmou Fernandes. O analista ressaltou que, apesar de US$ 550 milhões em contratos futuros terem sido liquidados no último dia, o mercado de derivativos segue aquecido.
Fernandes destacou que uma possível queda no preço do BTC pode acontecer, mas tende a ser mais especulativa do que movida por grandes investidores, conhecidos como baleias.
"Se considerarmos as baleias que compraram Bitcoin nos últimos cinco meses, elas teriam um lucro de apenas 1% ao vender agora. Algo muito pequeno para o período e risco enfrentado", explicou.
Analisando o order book global das baleias, o analista identificou que há pouca pressão de vendas até o nível de US$ 62,8 mil. No entanto, há uma forte parede de compras na região dos US$ 60 mil, sugerindo que este nível pode funcionar como um importante suporte de preços. "Isso sugere que este nível pode ser um bom suporte de preços", concluiu.
4 criptomoedas para comprar em outubro
Diante deste cenário, o especialista da NovaDAX, Danilo Matos, indicou 4 criptomoedas que os investidores devem prestar atenção em outubro. A primeira delas é o Bitcoin. Segundo ele, apesar da queda recente, historicamente, o mês de outubro tende a ser positivo para o Bitcoin, com padrões de alta observados nos ciclos de halving anteriores.
"Em anos como 2012, 2016 e 2020, o Bitcoin registrou ganhos de 8%, 15% e 30%, respectivamente", disse.
Na segunda posição está a Pendle (PENDLE) que voltou aos holofotes após uma valorização de 27% recentemente, com o token sendo negociado a US$ 4,24. A linha de tendência ascendente demonstra uma forte demanda do mercado, e, se continuar nesse ritmo, o preço do token pode chegar a US$ 6,31.
"Entretanto, o aumento na pressão de venda pode fazer o valor do Pendle recuar para US$ 3,16. Além disso, a partir de 2 de outubro, o protocolo irá liberar 31.210 tokens por dia, o que pode aumentar a oferta circulante e influenciar o preço. Apesar do aumento de tokens, espera-se que o impacto seja gradual, sem causar uma queda expressiva no curto prazo", disse.
Em terceiro lugar, ele aponta a Sui (SUI), um blockchain de camada 1, irá liberar 64 milhões de tokens em 1º de outubro, representando 2,40% do total em circulação. Embora o desbloqueio de tokens geralmente cause pressão de venda, o SUI mostrou resiliência com um aumento de 115% no preço nos últimos 30 dias.
"Esse crescimento foi impulsionado pela criação do SUI Trust pela Grayscale e pelo aumento do valor total bloqueado (TVL), que atingiu recordes históricos. O token está próximo da resistência de US$ 1,90, e, se superar esse nível, pode atingir US$ 2,10. No entanto, uma realização de lucros pode fazer o preço recuar para US$ 1,45", afirmou.
A lista também conta com a memecoin Dogwifhat (WIF), baseada na rede Solana, subiu 42% recentemente e alcançou US$ 2,40. O aumento no Open Interest (OI), que mede a liquidez para atividades especulativas, chegou a US$ 322 milhões. Historicamente, aumentos no OI precedem correções no preço, como aconteceu em maio, quando o WIF caiu de US$ 3,83 para US$ 2,68.
"O Índice de Força Relativa (RSI) indica que o token está sobrecomprado, sugerindo um possível recuo de até 15%, com suporte em US$ 2,01. Contudo, caso a pressão de compra aumente, o WIF pode ultrapassar a resistência de US$ 2,85 e buscar o nível de US$ 3,00", afirma.