O volume de negociação diário do mercado de fan tokens testemunhou uma disparada de mais de 200% na terça-feira, 8 de outubro, superando a marca de US$ 1 bilhão. 

Mais da metade desse montante foi movimentado pela compra e venda do OG Fan Token (OG), que acumula ganhos de 220% em uma semana, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Emitido pela Chiliz (CHZ), empresa líder do setor de SportFi, o OG é o fan token da equipe europeia de E-sports OG. Somente na Binance, o par OG/USDT movimentou US$ 282 milhões em 24 horas, superando criptomoedas do top 15 como Toncoin (TON) e Cardano (ADA).

As parcerias com equipes de E-sports fazem parte do roadmap da Chiliz para expandir o mercado e os casos de uso de fan tokens, contribuindo para o crescimento do ecossistema mais amplo de SportFi, conforme revelou Bruno Pessoa, Country Manager da empresa, em entrevista exclusiva ao Cointelegraph Brasil.

Outros destaques do setor esta semana foram o Santos FC Fan Token (SANTOS), que acumula ganhos de 47%, o Alpine F1 Team Fan Token (ALPINE), da equipe homônima de Fórmula1, que registra valorização de 42%, o S.S. Lazio Fan Token (LAZIO) e o Atletico de Madrid Fan Token (ATM), ambos em alta de 35%.

Em nenhum dos casos, os resultados esportivos têm relação direta com o desempenho de preço dos tokens. Atualmente, o Santos é o segundo colocado na Série B do Campeonato Brasileiro. Embora esteja encaminhada para voltar à elite do futebol nacional em 2025, a equipe paulista foi derrotada pelo Goiás na segunda-feira, 6 de outubro, em partida válida pela competição.

O Lazio é o quarto colocado no Campeonato Italiano e o Atlético de Madri é o terceiro na La Liga, mas o futebol europeu está em início de temporada e ambas as competições estão distantes de suas fases decisivas. 

Por sua vez, a Alpine ocupa a nona posição na classificação geral entre as dez equipes que disputam o Circuito Mundial de Fórmula1 em 2024.

O súbito interesse dos investidores nos fan tokens comprova que, na maioria das vezes, o preço não está correlacionado com o desempenho esportivo, conforme afirmou o Country Manager da Chiliz ao Cointelegraph Brasil:

"Não podemos dizer que há uma relação direta entre o interesse dos usuários e os preços dos Fan Tokens com os resultados dos times em campo. Quando estamos falando de esportes, e ainda mais de futebol, estamos lidando com paixões, uma coisa que não é lógica, nem racional."

Pessoa reconhece que fan tokens são ativos digitais – e, como tal, estão sujeitos à especulação financeira. No entanto, ele acrescenta, por serem tokens de utilidade, que oferecem benefícios aos seus detentores, "a volatilidade do preço de um fan token está muito mais sujeita aos benefícios que ele oferece, do que por resultados em campo."

Segundo o executivo, a lógica financeira própria ao mercado Sporfi sugere que quanto mais utilidade um Fan Token tiver, mais demanda existirá por parte dos torcedores e mais alto tende a ser seu valor de mercado:

"Como não se pode correlacionar os resultados em campo de maneira direta e objetiva com a volatilidade do mercado, os impactos na cotação dos fan tokens estão mais relacionados à maior ou menor disponibilidade para a realização de experiências ou dos resgates e prêmios oferecidos para os holders."

Airdrop movimenta o ecossistema da Chiliz

O argumento de Pessoa poderia explicar, ao menos em parte, a razão para a disparada do volume de negociação e dos preços dos fan tokens emitidos pela Chiliz. Em 10 de outubro a rede líder de SportFi vai lançar a primeira criptomoeda da comunidade de usuários da Chiliz – o PEPPER.

O aumento no volume negociado testemunhado nos últimos sete dias coincide com o anúncio oficial divulgado em 2 de outubro de que o snapshot para distribuição do PEPPER será tirado às 21h desta quarta-feira, 9 de outubro.

Assim, exceto pelo SANTOS, cujo emissor é a Binance, a alta dos fan tokens da Chiliz pode ter sido impulsionada por caçadores de airdrops. O próprio token nativo da rede, o CHZ, registrou uma alta de 21% nos últimos sete dias, enquanto o volume negociado disparou 112% apenas nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o Brasil lidera a adoção de fan tokens e atualmente é o maior mercado global da Chiliz.

Com uma base de 450 mil holders de fan tokens, o Brasil representa 22,5% do total de usuários da Socios.com globalmente, superando mercados pioneiros, como a Turquia, e países que possuem ligas de futebol poderosas como Itália, Inglaterra e Espanha.