O presidente mundial da Visa, Alfred F. Kelly, declarou que a gigante de pagamentos não abandonou totalmente o projeto Libra, do Facebook e que continua conversando com a rede social sobre os desdobramentos do projeto, segundo entrevista publicada nesta quinta-feira (24), no "Valor Econômico".

Embora tenha anunciado a saída do projeto, Kelly garantiu ao portal que a Visa mantém estreito relacionamento com o Facebook sobre o tema, pois acredita que moedas digitais proporcionam pagamentos mais seguros para mais pessoas e lugares.

“Como uma companhia curiosa e aberta - e dada a liderança que temos no ecossistema de pagamentos - queremos nos engajar em tudo no espaço de pagamentos, até atingirmos um ponto em que acreditamos que nosso engajamento não está sendo positivo”, disse

Kelly também destacou que o projeto do Facebook precisa de mais tempo, pois, dada a envergadura do Libra, ele não pode ser lançado "na correria", citando o prazo de lançamento em 2020. Para ele, como a proposta envolve conversa com reguladores e é uma iniciativa disruptiva, é preciso paciência.

Ainda segundo o executivo, o Libra não é centralizado e a proposta "foi criada pelo Facebook mas todos os membros da Associação Libra tem o mesmo poder de decisão e controle do projeto" que, ainda segundo Kelly, "foi criado para atender os desbancarizados" - um total de 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo.

“Nas conversas que tivemos com o pessoal do Facebook, tentamos criar algo que poderia trazer essas pessoas mais rapidamente ao sistema”, afirmou.

Como noticiou o Cointelegraph, a Tecent, que controla um dos principais meios de pagamento da China, o WeChat Pay, admitiu que o Libra pode representar uma ameaça ao seu negócio, caso a stablecoin seja permitida no país asiático.