Resumo da notícia:

  • USP anuncia lançamento de cátedra de IA em parceria com Google e comandada por ex-reitor do ITA.

  • Projeto tem objetivo de inovar, mas também mitigar riscos da tecnologia.

  • Cátedra terá outros eixos, como impacto da IA no mercado de trabalho e observatório de incidentes envolvendo a IA.

A Universidade de São Paulo (USP) anunciou esta semana o desenvolvimento de uma cátedra de inteligência artificial (IA). O lançamento do centro permanente de estudo da tecnologia está previsto para o próximo dia 2 de dezembro e conta com a parceria do Google.

De origem latina, “cátedra” significa “cadeira”, que, em termos acadêmicos, representa um campo de estudo conduzido por um docente experiente e reconhecido, ou catedrático. No caso do novo centro de IA da USP, o responsável pela nova cátedra será Carlos Américo Pacheco, ex-reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Em entrevista à CBN, Pacheco disse que o avanço da IA nos últimos anos trouxe benefícios, mas também riscos urgentes.

Esses riscos são de diversas naturezas, você mencionou alguns agora, esses bias em gênero e raça, ou a questão da proliferação de fake news, tanto em áudio como em vídeo, tá certo? A questão da privacidade, assegurar, na verdade, os direitos dos cidadãos com a sua privacidade, é um conjunto de questões que precisam ser reguladas no mundo atual. O mundo inteiro está preocupado com isso, observou.

Segundo ele, o objetivo é encontrar caminhos de regular a IA sem bloquear a inovação. O que prevê a formação de profissionais especializados e, no caso da parceria com o Google, intercâmbio, concessão de bolsas, cooperação internacional e a criação de um centro de engenharia da big tech dentro da Cidade Universitária.

Pacheco disse ainda que outro eixo da cátedra de IA da USP será o impacto da tecnologia no mercado de trabalho, além de estratégias para atrair novos talentos. Também está prevista a criação de um observatório de incidentes envolvendo a IA, violação de privacidade e monitoramento de casos de ataques cibernéticos, interferências políticas e desinformação, o que envolve parcerias com veículos de imprensa e outras instituições.

Governança da IA

Em discurso no último domingo (23), no Fórum Índia-Brasil-África do Sul (Ibas), em Joanesburgo, na África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o Ibas assuma a vanguarda na governança da inteligência artificial e amplie diálogos sobre trabalho decente em mercados emergentes e sobre a agenda de saúde, como vacinas e direitos sexuais e reprodutivos. Segundo ele, o fórum ficou estagnado nos últimos anos, mas a coordenação trilateral pode ser reavivada com a liderança em temas internacionais essenciais.

Índia, Brasil e África do Sul têm a vocação de conciliar os valores de soberania e autonomia com a busca por desenvolvimento e com a defesa da democracia e dos direitos humanos. Essa capacidade, que está em falta no mundo de hoje, é a marca do Ibas e nossa maior contribuição para a ordem internacional, afirmou.

Lula disse ainda que “defender a agenda multilateral de saúde e o debate sobre acesso a medicamentos, vacinas e insumos é uma trilha que o Ibas deve explorar. Entre nós três é possível dialogar abertamente sobre direitos humanos, equidade de gênero e direitos sexuais e reprodutivos. Há confiança para discutir o combate ao extremismo e a defesa da democracia”, de acordo com informações da Agência Brasil.

Na semana passada, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também revelou que inaugurou o Abaporu, um supercomputador voltado a projetos de pesquisa que combinam inteligência artificial e engenharia de petróleo para otimizar decisões operacionais em campos do pré-sal brasileiro, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.