Resumo da notícia

  • Mercado cripto mostra recuperação lenta, mas ainda sem confirmação clara de reversão.

  • Indicadores on-chain apontam estresse, porém sugerem formação gradual de fundo.

  • Dados macro dos próximos dias podem definir o rumo do Bitcoin e das altcoins.

10h

Matheus Parizotto, analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual

O Bitcoin inicia a semana em recuperação após quatro semanas seguidas de queda, pressionado por saídas de ETFs e vendas por investidores de longo prazo.

A retomada ocorre após sinais claros de capitulação, quando investidores vendem com prejuízo para limitar perdas e reduzir risco. Nos últimos dias, dados on-chain indicam vendas por investidores novatos, medo extremo nos indicadores de sentimento e maior busca por proteção no mercado de derivativos.

Esses sinais costumam marcar a fase final de correções e sugerem que um fundo já pode ter sido formado. Ainda assim, sem a retomada dos fluxos compradores, o mercado tende a seguir pressionado por algum tempo. Nesse cenário, abre uma grande janela de oportunidade para montagem gradual de posições durante os próximos dias.

9h10

Marco Aurélio Camargo, CIO da Vault Capital

Ontem tivemos mais um fechamento interessante para o Bitcoin, com o preço encerrando acima dos US$ 88 mil. Agora, o ideal é que o ativo continue se sustentando acima dessa região para que possa buscar a faixa dos US$ 93,5 mil, onde a pressão vendedora começa a perder força.

Criptomoedas, Preço do Bitcoin, Mercados

A recuperação da zona dos US$ 95 mil recolocar o preço novamente nos trilhos para testar a região psicológica dos US$ 100 mil; um rompimento consistente desse patamar tende a impulsionar o mercado ainda mais. Por outro lado, o que não queremos ver são fechamentos semanais abaixo dos US$ 86 mil ou, pior ainda, a perda dos US$ 80 mil. Esse cenário poderia desencadear quedas mais profundas, levando o preço a testar a área de desvio entre US$ 78 mil e US$ 74 mil. Hoje teremos a divulgação de alguns dados macroeconômicos atrasados, que podem trazer volatilidade e direcionar o mercado, além de aumentar o volume.

Gosto da recuperação do Bitcoin até o momento, mas ainda falta aquela pressão compradora realmente forte. Os compradores ainda não conseguiram mostrar toda sua força, em grande parte porque os ETFs seguem realizando vendas, algo que pode diminuir ao longo da semana. Um indicador simples, mas interessante, considerando todos os pontos que já comentamos, é o RSI semanal, um dos sinais mais clássicos do mercado. Estamos exatamente na região onde grandes reversões historicamente ocorreram.

O gráfico mostra que:

● houve apenas seis momentos em toda a história em que o RSI semanal atingiu essa faixa (25–35);

● em todas as ocasiões anteriores, isso resultou em movimentos de alta expressivos;

● Atualmente, o RSI semanal está novamente em 35. Isso coloca o momento atual dentro de um cluster histórico de potenciais fundos.

Claro, não faz sentido basear toda a análise em um único indicador, este é apenas um sinal simples e conhecido que, ao longo do tempo, costuma apontar boas regiões de compra.

Criptomoedas, Preço do Bitcoin, Mercados

Outro ponto relevante é que o MVRV de curto prazo chegou a uma zona de deep value, que normalmente representa áreas interessantes para compras e possíveis reversões. Quando os short-term holders (STH) entram em pânico, realizando prejuízo e evitando o mercado, isso geralmente indica que o fundo está próximo, ou até já foi formado.

6h30

O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 25/10/2025, está cotado em R$ 470.089,89. Embora o BTC tenha registrando uma importante alta esta semana, chegando a US$ 87 mil, analistas ainda não estão convencidos da recuperação e aguardam um movimento acima de US$ 90 mil.

Como aponta a Coinshares, este sentimento de ‘cautela’ está refletido nos ETFs cripto que registraram saídas totais de US$ 1,94 bilhão, marcando a quarta semana consecutiva de outflows, que agora totalizam US$ 4,92 bilhões, o que representa 2,9% do total de ativos sob gestão (AuM). Proporcionalmente, isso representa a terceira maior sequência de saídas desde 2018, superada apenas por março de 2025 e fevereiro de 2018, marcando uma queda de 36% no AuM, refletindo o impacto combinado entre fluxos e preço. Apesar disso, os fluxos de entrada acumulados no ano ainda permanecem altos, somando US$ 44,4 bilhões.

O último dia de negociação da semana passada sinalizou indícios de uma possível reversão no sentimento, com pequenas entradas de US$ 258 milhões após sete dias consecutivos de saídas.

O Bitcoin registrou a maior parte das saídas, totalizando US$ 1,27 bilhão na semana passada, mas também apresentou a maior recuperação na sexta-feira, com US$ 225 milhões de entradas. O produto Short Bitcoin continua popular, registrando US$ 19 milhões de entradas e acumulando US$ 40 milhões nas últimas três semanas — o equivalente a 23% do AuM — e viu seu AuM subir 119%.

O Ethereum registrou saídas de US$ 589 milhões. Tendo sofrido mais ao longo da semana, com saídas que representam 7,3% do AuM, ele também mostrou uma leve recuperação na sexta-feira com US$ 57,5 milhões de entradas.

A Solana registrou saídas de US$ 156 milhões, enquanto o XRP contrariou a tendência, com entradas de US$ 89,3 milhões na última semana.

Bitcoin cenário macroeconômico

André Franco, CEO da BoostResearch afirma que os mercados asiáticos registraram alta nesta terça‑feira em meio a expectativas reforçadas de que o Fed fará um corte de juros em dezembro. A valorização foi liderada por ações de tecnologia, enquanto o dólar enfraqueceu ligeiramente e os rendimentos dos títulos dos EUA permaneceram estáveis. Já o Bitcoin, cotado em aproximadamente US$ 87.800, possui uma expectativa de curto prazo moderadamente positiva.

A elevação das chances de corte de juros tende a reduzir os rendimentos reais, melhorar a liquidez global e favorecer ativos de risco e alternativos, como criptoativos. Contudo, o impacto pode ser moderado: apesar da alta nas expectativas, não há ainda um anúncio formal ou novo dado macro que ative uma explosão de alta no BTC.

Além disso, ele destaca que o volume de posições long de Bitcoin (apostas na alta do preço) na exchange Bitfinex disparou 40% nos últimos três meses, um movimento que sinaliza que os traders estão aproveitando as recentes quedas de preço para dobrar suas apostas em uma valorização futura da criptomoeda.

Este aumento agressivo nas posições long líquidas sugere uma forte convicção entre os grandes investidores e traders da Bitfinex de que o preço do Bitcoin está subvalorizado no curto prazo e deve se recuperar. A Bitfinex é frequentemente associada a whales, o que torna este movimento um indicador importante de sentimento de mercado de alta.

A China ressurgiu como o terceiro maior hub global de mineração de Bitcoin, capturando cerca de 14% do hash rate mundial, de acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index (CBECI) citado pela Reuters.

Esse retorno é notável, pois o país havia banido a mineração de Bitcoin em maio de 2021, fazendo com que a atividade migrasse quase totalmente para outras nações. O ressurgimento indica que, apesar da proibição oficial, a mineração continua a ser realizada de forma secreta ou "subterrânea" em certas regiões, aproveitando possivelmente energia barata, e demonstra a dificuldade das autoridades chinesas em eliminar completamente a atividade.

Recuperação?

Para o analista Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN, o cenário de recuperação ainda inspira cautela.

“Temos uma recuperação, mas ela ainda depende de poucos ativos. O fôlego do mercado continua limitado”, afirmou.

A semana ganha ritmo com a chegada de dados macroeconômicos importantes. Hoje, investidores aguardam dados do PPI, vendas no varejo, vendas de moradias e confiança do consumidor nos Estados Unidos. Esses indicadores ajudarão a calibrar expectativas para a divulgação do PIB e do PCE, marcada para quarta-feira. O mercado segue dividido entre a narrativa de um “pouso suave com inflação cedendo” e o risco de que a pressão inflacionária persista, atrasando cortes de juros esperados pelos investidores.

“A leitura macro desta semana pode decidir se essa recuperação tem sustentação real ou se veremos uma nova rodada de ajustes”, disse Misir. Segundo ele, um conjunto de dados mais dovish tende a favorecer ativos sensíveis à liquidez, como as criptomoedas. Já um cenário mais hawkish poderia desmontar o movimento de alta dos últimos dias.

O ambiente global tampouco coloca pressão adicional no curto prazo. Os rendimentos dos títulos perderam força, as bolsas se estabilizaram e os dados da China seguem fracos, mas sem deterioração acelerada. Isso reduz o risco de contágio entre mercados, embora a liquidez mais baixa antes do feriado de Ação de Graças aumente a sensibilidade a qualquer surpresa econômica.

No blockchain, os indicadores mostram um mercado ainda pressionado, mas iniciando uma transição para um processo de desaceleração mais organizado. Os volumes de transferência, as receitas com taxas e o Realized Cap Change recuaram na última semana — um comportamento típico de correções de fim de ciclo, quando os participantes se afastam do risco, mas sem pânico generalizado.

Os dados de lucratividade continuam críticos. O NUPL segue comprimido, o Realized P/L está negativo e os investidores de curto prazo continuam amplamente no prejuízo. Esses níveis se alinham a zonas históricas de formação de fundo, períodos em que as perdas não realizadas aumentam antes de surgir um período de maior estabilidade.

“O mercado está estressado, mas não em colapso. Essa combinação costuma aparecer perto de regiões de fundo, explicou Misir.

Nos derivativos, o quadro reforça a leitura de exaustão da pressão vendedora. O RSI de 14 dias saiu do campo de sobrevenda, o open interest permanece estável e os CVDs seguem muito negativos — sinal de que a queda recente veio do fechamento de posições compradas, e não de novas apostas baixistas. O mercado de opções continua defensivo, com maior inclinação e volatilidades mais contidas, indicando turbulência, porém menos pânico.

Outra peça-chave veio do CME, onde os volumes de derivativos bateram recorde de 794.903 contratos, mostrando que o capital institucional está usando o momento de baixa para ajustar posições, proteger carteiras e, em alguns casos, acumular.

Apesar do alívio recente, Misir reforça que os gatilhos de risco continuam presentes — especialmente os macroeconômicos. PPI, vendas do varejo, PIB e PCE serão divulgados em uma janela de apenas 48 horas. “Qualquer surpresa hawkish pode apagar essa recuperação muito rápido”, alertou.

Outros fatores incluem a continuidade das saídas em ETFs de Bitcoin, a diminuição da atividade de stablecoins e o encolhimento dos livros de ordens, que aumentam o risco de slippage. Um novo declínio no Realized Cap Change ou nos volumes de transferência também pode sinalizar queda de demanda.

No fim, o analista descreve o momento atual como um mercado atravessando uma correção tardia, tensa, mas estabilizando.

“O Bitcoin segurou a região dos US$ 80 mil, vemos sinais de melhora no momentum e nenhuma onda nova de shorts alavancados. Isso abre espaço para um padrão de fundo, mas a durabilidade do movimento ainda não está provada. O investidor deve operar nas extremidades e deixar os dados confirmarem a direção antes de assumir risco significativo”, concluiu.

Portanto, o preço do Bitcoin em 25 de novembro de 2025 é de R$ 470.089,89. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0022 BTC e R$ 1 compram 0,0000022 BTC.

As criptomoedas que estão registrando as maiores altas no dia 25 de novembro de 2025, são: Kaspa (KAS), Ethena (ENA) e SUI (SUI) com altas de 26%, 12% e 10% respectivamente.

As criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 25 de novembro de 2025, são: ZCash (ZEC), Bitcoin Cash (BCH) e Memecore (M), com quedas de -6%, -5% e -4% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

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