A emissora de stablecoins, Circle, anunciou nesta terça-feira, 17 de setembro, que o USD Coin (USDC) está disponível no Brasil por meio do Pix, a partir de integrações com os principais bancos do país.
Passo significativo para a adoção de stablecoins e criptomoedas no Brasil, a integração com o Pix permite que empresas brasileiras tenham acesso a dólares digitais de forma rápida e eficiente.
Ao integrar o Pix à sua infraestrutura de serviços, a Circle elimina a necessidade de conversão de reais (BRL) em dólares que até então era obrigatória para aquisição de USDC.
Assim, deixam de ser necessárias a abertura de contas internacionais e a realização de remessas transfronteiriças para acesso ao USDC, reduzindo significativamente os custos operacionais desse tipo de transação.
Transações realizadas com stablecoins são mais econômicas do que as remessas tradicionais, que geralmente incorrem em uma taxa de 6,35% sobre o valor nominal movimentado, de acordo com o comunicado da Circle.
Casos de uso do USDC no Brasil
A Circle esclareceu que a integração com o sistema bancário brasileiro permitirá que o USDC seja utilizado no Brasil com finalidades corporativas e também poderá ser comercializado diretamente para clientes de varejo.
O serviço também foi disponibilizado no México, através do SPEI, sistema de pagamento digital do país centro-americano, nos mesmos moldes adotados no Brasil.
O acesso direto aos sistemas de pagamento digitais dos bancos centrais das duas maiores economias latino-americanas torna o USDC uma opção atraente não apenas para empresas locais, mas também para corporações que possuem operações em ambos os países.
Segundo a Circle, 95% dos US$ 640 bilhões movimentados anualmente em operações de comércio exterior no Brasil são liquidados em dólares. O fluxo comercial entre Brasil e Estados Unidos soma aproximadamente US$ 120 bilhões por ano.
Por sua vez, o México é um dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos: mais de US$ 800 bilhões em bens e serviços são transacionados entre ambos os países.
A iniciativa da Circle de facilitar o acesso corporativo ao USDC no Brasil e no México ocorre em um momento em que a sua principal rival vem consolidando a sua liderança no setor de stablecoins.
Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil recentemente, a participação de mercado do USDT atualmente é de US$ 118,9 bilhões. Com um crescimento de mais de 20% nos últimos dois anos, o Tether é dominante e responde por 75% do mercado de stablecoins.
O USDC tem uma capitalização de US$ 35,6 bilhões e é a segunda maior stablecoin do mercado, de acordo com dados da CoinGecko.