Na tarde desta terça-feira, 5 de novembro, os dados pessoais e os valores investidos de clientes do Grupo Bitcoin Banco vazaram na internet. O Cointelegraph Brasil teve acesso ao documento, que parece conter a relação de clientes com saldo bloqueado na empresa.
O documento de 49 páginas supostamente faz parte de um processo judicial, e contém nome, CPF/CNPJ, endereço, empresa investida, valores, classificação de investimento dos clientes da empres.
O documento também especifica em qual, entre as empresas do Grupo Bitcoin Banco, cada cliente tem seus fundos presos. Entre elas estão exchanges conhecidas como NegocieCoins, BitCurrency e TemBTC.
Já os valores dos aportes variam de poucas dezenas de reais até cifras milionárias. Dos maiores clientes, entre pessoas físicas e jurídicas, há alguns que superam a casa dos R$ 90 milhões.
A reportagem do Cointelegraph Brasil contou mais de 20 investimentos acima de R$ 1 milhão que estariam bloqueados no Grupo Bitcoin Banco. Os saques devidos na casa das centenas de milhares são recorrentes no documento. Ainda não é possível estimar os valores totais em dívidas no documento.
Como foi noticiado mais cedo, o GBB pediu nesta segunda-feira na Justiça do Paraná sua recuperação judicial, depois de meses de saques bloqueados, mandados de busca e apreensão no prédio da empresa e dezenas de processo na Justiça.
Procurada pelo Cointelegraph Brasil, a assessoria do Grupo Bitcoin Banco respondeu com a seguinte nota:
*Comunicado:* O Grupo Bitcoin Banco (GBB) informa que protocolou a petição inicial de Recuperação Judicial de oito empresas do Grupo, perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba, nesta segunda-feira (04). O GBB reforça que a medida – que conta com supervisão direta do Poder Judiciário e do Ministério Público – é o procedimento mais efetivo e transparente para a resolução dos problemas que está enfrentando, permitindo a reorganização dos negócios, o redesenho do passivo e a superação da crise econômico-financeira. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do GBB, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação das empresas, sua função social e o estímulo à atividade econômica.