Hoje, tornou-se uma unanimidade entre os especialistas do mercado de criptomoedas: quem não possui ativos digitais no seu portfólio está abrindo mão de obter maiores rendimentos financeiros. Mesmo sugerindo formas diferentes de exposição, foi exatamente isso que afirmaram os três convidados da segunda live da Semana Cripto+, realizada na quarta-feira.
Risco/retorno
Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, gestora que possui três ETFs de criptoativos negociados na B3, afirmou que não é necessário ser um especialista no assunto para começar a investir. A partir de um aprte inicial pequeno, os investidores devem ir se familiarizando com as particularidades desta classe de ativos e então compreenderão que os retornos podem compensar os riscos aos quais as criptomoedas são associadas:
"Ter zero de cripto é super caro neste momento da história, porque se você tem 1% de cripto, ainda que você não conheça super bem, mas entenda que é uma classe de ativos nova e que tem cada vez mais uma probabilidade de ter um papel no futuro, se você estiver muito errado, você perdeu 1%, mas se você estiver muito certo isso pode fazer uma diferença enorme no seu portfólio."
Hoje, as opções de investimento em criptomoedas no Brasil vão além da compra de ativos via exchanges especializadas. Fundos e ETFs (fundos de índice) são boas opções para quem não se considera apto a operar diretamente no vasto mercado à vista de ativos digitais, além de serem chancelados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e, portanto, estarem protegidos pela legislação vigente.
Tamanho do investimento
Os especialistas também afirmam que os valores investidos devem representar uma parte mínima de um portfólio equilibrado. Ainda assim, podem variar de acordo com o apetite pelo risco de cada investidor. Enquanto Sampaio mencionou algo em torno de 1%, João Canhada, CEO da exchange Foxbit sugeriu o teto máximo de 5% e fez um alerta:
"O problema é quando o cliente pula etapas, você tem um cliente que está saindo da poupança, onde ele está começando a conhecer renda variável, ele poderia estar investindo em fundos, ações, e ele pula etapa e vai para cripto. Eu entendo que cripto está em uma outra extremidade, é um mercado muito mais volátil do que o tradicional. Dentro de uma carteira saudável você tem que diversificar seus investimentos."
Volatilidade é uma coisa boa
O alto potencial de retorno das criptomoedas é proporcionado justamente pela característica mais temida pelos investidores que ainda não se arriscaram nesse novo mercado: a volatilidade. Segundo o head da XP Ventures, Marcos Sterenkrantz, é necessária alguma exposição ao risco para obter os melhores retornos:
“A volatilidade você controla quando você pensa na carteira como um todo. Ninguém aqui recomenda que se invista 100% do patrimônio em criptoativos, mas quando você pega um percentual da sua carteira e olha a volatilidade como um todo, você vai ter ativos mais voláteis e ativos menos voláteis. É desses ativos voláteis que o seu prêmio vai vir. Mas se o negócio em algum momento não for tão bom, você vai ter outros ativos te protegendo. Se você souber usar bem o ativo no portfólio, a volatilidade não deveria ser um problema”.
Marcelo Sampaio foi além e disse que a volatilidade deve ser entendida como uma "coisa boa" e explicou o por quê:
“Como investimento, [a volatilidade] é a maior prova de que cripto tem valor. É o grande fator que mostra que tem incerteza, e é essa incerteza que gera o prêmio no futuro. Volatilidade, para o investidor de longo prazo, que está tranquilo na posição, que investiu consciente, é a maior prova de que a coisa está funcionando."
O fato é que os criptoativos estão atraindo cada vez mais investidores, a ponto de a executiva Roberta Antunes, da Hashdex, ter afirmado recentemente que "todo mundo vai investir em criptomoedas no Brasil", e de que a hashtag financeira mais popular do Twitter entre os usuários da rede social no país em 2021 é #criptomoedas.
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