Principais pontos
Arthur Hayes avalia Tether em US$ 500 bilhões em possível IPO.
Stablecoins já superam Visa em volume de transações globais.
USDT atinge US$ 93,4 bilhões na Ethereum, reforçando liquidez e adoção.
A Tether, emissora da stablecoin USDT, foi avaliada recentemente pelo fundador da Bitmex, Arthur Hayes, em US$ 500 bilhões, caso a empresa decida abrir capital e realizar um IPO.
Um gráfico compartilhado pela Paradigma Education revela que caso o valor seja atingido, isso coloca a empresa a frente do valor de mercado de todos os bancos do Brasil somados.
A Tether já vale mais que TODOS os BANCOS do Brasil JUNTOS 😳 https://t.co/KZcDjxKM98 pic.twitter.com/zVh5gbvXnR
— Paradigma Education (@ParadigmaEdu) September 24, 2025
O crescimento da Tether é justificado pelo aumento exponencial do mercado e dos usos das stablecoins que acabam de alcançar um marco histórico no setor financeiro global. Um gráfico divulgado pela Bitwise Asset Management mostrou que os volumes anuais de transações com esses ativos digitais não apenas rivalizam, mas em muitos momentos já superam os pagamentos processados pela Visa, uma das maiores redes de cartões do mundo.
O levantamento comparou dados de 2018 ao primeiro trimestre de 2025 e revelou uma transformação significativa. Entre 2018 e 2021, a Visa manteve liderança confortável, movimentando entre US$ 9 trilhões e US$ 11 trilhões por ano. Nesse período, as stablecoins ainda engatinhavam e só ganharam relevância em 2020. No entanto, já em 2021, ultrapassaram US$ 6 trilhões, e em 2022 atingiram US$ 8 trilhões, superando a MasterCard e ficando logo atrás da Visa.
O ponto de virada no mercado
O verdadeiro ponto de inflexão ocorreu entre 2023 e 2024, quando os volumes processados por stablecoins chegaram à faixa de US$ 13 trilhões a US$ 14 trilhões, ultrapassando pela primeira vez os da Visa. A diferença ficou ainda mais clara em 2025: somente no primeiro trimestre, o volume transacionado com stablecoins já foi superior ao registrado pela gigante global de cartões.
Esse crescimento acelerado está diretamente ligado à adoção em casos de uso cotidianos. Empresas e indivíduos têm recorrido a stablecoins para realizar remessas internacionais, pagamentos on-chain, aplicações em DeFi e até mesmo folhas de pagamento. A lógica é simples: as stablecoins unem a estabilidade do dólar tradicional à agilidade e programabilidade da tecnologia blockchain, com taxas geralmente mais baixas que as cobradas por sistemas convencionais.
“Hoje, a empresa que depende apenas do SWIFT está presa a um modelo arcaico. As stablecoins permitem que pagamentos ocorram em minutos, com mais transparência e menor custo, sem eliminar o câmbio, mas integrando-o a um fluxo mais moderno e competitivo”, afirma Sofia Düesberg, General Manager da Conduit no Brasil
O aumento de liquidez também reforça esse movimento. O fornecimento total de Tether (USDT) na rede Ethereum atingiu nesta semana um recorde de US$ 93,4 bilhões, sinalizando forte entrada de capital no ecossistema cripto desde julho. Esse fenômeno é muitas vezes descrito como “pólvora seca”, ou seja, capital disponível para impulsionar grandes movimentos de mercado a qualquer momento.
A Visa não ignora essa transformação. A companhia lançou programas piloto para liquidações em stablecoins na Ethereum e em outras redes, buscando adaptar-se ao novo cenário. No entanto, o avanço das stablecoins no campo de liquidações em tempo real e finanças programáveis coloca em xeque o modelo tradicional baseado em cartões de crédito e débito.
A Bitwise resumiu o momento de forma direta: “Se as empresas de pagamento tradicionais não estão ficando nervosas, elas deveriam estar”.