O evento de tecnologias disruptivas Innovation Tech Knowledge 2020, promovido pela SoftSul, debateu a importância da blockchain para o agronegócio no Brasil, tratando a tecnologia como fator fundamental para o futuro do setor. A matéria é do portal Amanhã.

Entre os participantes, o CEO da startup SOU.cloud, Fabio Junges, evocou a comparação frequente da blockchain com a internet e destacou os avanços nas cadeias de produção:

""Falar sobre blockchain hoje em dia é como falar sobre a internet na década de 1990. [...] As empresas estão ampliando a rastreabilidade e transparência do processo produtivo nas lavouras. [...] A rastreabilidade da produção não é algo necessariamente novo, mas, quando agregamos essa camada de blockchain, conseguimos fazer com que os elos da cadeia e as diferentes etapas do processo tenham um grau de simetria e transparência maior com um dado armazenado de maneira mais segura e inviolável"

O CEO da Orbia, startup que oferece um marketplace para o agronegócio, Ivan Moreno, destacou a "democratização" das tecnologias disruptivas :

"Há cinco ou seis anos, era inviável que todas as empresas tivessem acesso a tecnologias como softwares de BI, capacidade de processamento, softwares para construir algoritmos e inteligência artificial. Agora, com a democratização dos recursos de tecnologia, o que era exclusivo de grandes corporações passou a ser acessível a todos"

O marketplace visa reunir todos os serviços de tecnologias disruptivas em um só mercado, acessível ao produtor. Segundo Moreno, o setor não precisa mais investir por conta própria no desenvolvimento de tecnologias e na capacitação, pois consegue encontrar profissionais capacitados para aplicar as tecnologias de forma dedicada em seus negócios:

"As empresas sempre procuravam aumentar o preço ou diminuir o custo. Com os novos players no mercado, cada vez que um cliente tenta fazer uma transação na cadeia tradicional e não se sente confortável com aquela negociação, ele tem a opção de simplesmente comprar em outro canal. E aí entram os marketplaces. O que eles estão oferecendo para o mercado é organizar esse número de transações. Dentro deles, o produtor rural tem a capacidade de escolher qual a melhor maneira de conduzir uma transação específica, por exemplo"

Como noticiou o Cointelegraph Brasil, a tecnologia blockchain vem caindo nas graças do agronegócio brasileiro, que já usa a tecnologia nas cadeias de produção de diversos setores, desde a produção de grãos até a pecuária.

Recentemente, o grupo JBS, maior frigorífico do Brasil, anunciou sua Plataforma Verde em blockchain para certificar a origem da carne e garantir que sua produção não tenha ligação com trabalho escravo, desmatamento ilegal e outros crimes na Amazônia brasileira.

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