O grupo JBS, que reúne as maiores empresas frigoríficas do Brasil, participou nesta semana de uma sessão de perguntas e respostas para o site Giro do Boi, explicando a pecuaristas o lançamento de sua plataforma blockchain, a Plataforma Verde, e do Fundo pela Amazônia, que deve ajudar na preservação da floresta.

O presidente da Friboi, Renato Costa, e o Diretor de Sustentabilidade da empresa, Márcio Nappo, foram os responsáveis por explicar as iniciativas, lançadas na semana passada.

Segundo Nappo, o Fundo Pela Amazônia quer levantar R$ 1 bilhão em 5 anos para apoiar projetos que melhorem a qualidade de vida de quem vive na Amazônia e "garantir as cadeias de valor" de quem produz na região:

"A gente quer apoiar muito a chamada bioeconomia. Então se fala muito hoje na questão da intensificar a produção de açaí, agregando valor, na produção de castanha, de se fazer mais integração lavoura-pecuária-floresta… São esses tipos de atividade, principalmente, que o fundo vai apoiar." 

Ele também diz que a plataforma blockchain e o fundo vão contribuir juntos para a preservação da floresta, que tem sofrido com destruição recorde, abrandamento de multas e de fiscalização durante a gestão do ministro Ricardo Salles. Nappo explica a união das duas iniciativas:

"Quando a gente junta o que a gente vai fazer com a nossa cadeia de valor da pecuária (Plataforma Verde) com o que a JBS quer fazer para fora da cadeia (Fundo pela Amazônia), a gente quer abraçar a Amazônia inteira, todas as atividades e todas as pessoas que moram naquela região para que a gente possa preservar e desenvolver esta parte tão importante do Brasil e do mundo”

Renato Costa destaca que a Friboi quer usar sua liderança no setor para construir um "grande cadastro positivo da pecuária brasileira". A plataforma deve se tornar pública em 2025:

 “O que a gente espera é justamente isso, que ao final de todo esse processo a gente construa um grande cadastro positivo da pecuária brasileira, onde os produtores que ingressaram nesta plataforma são os que têm como atestar através de tudo que está sendo feito como eles têm sustentabilidade, produtividade, qualidade dentro da sua produção, dentro da sua fazenda. [...] A partir de 2025, a ideia é que a JBS torne esta plataforma pública, então todos que precisarem e quiserem usar esta plataforma para demonstrar sua sustentabilidade, para demonstrar a qualidade da sua fazenda, ela vai estar disponível a todos os setores da pecuária brasileira”.

Costa explica que a plataforma blockchain não vai oferecer rastreabilidade dos animais e não vai repassar custos ao produtor:

“A Plataforma Verde não é rastreabilidade de animais. O produtor vai dar autorização para a gente, dentro da plataforma blockchain para ela buscar estes dados de regularização ambiental, trabalho escravo, área de preservação, terra indígena e assim por diante. A ferramenta vai fazer esta busca dentro dos dados fornecidos pela GTA e é somente isso. Não tem rastreabilidade individual de animais. Muitas fazendas usam a rastreabilidade, algumas para questão do boi Europa, Lista Trace, outras para a própria gestão do negócio dele, mas especificamente na Plataforma Verde não tem a questão da rastreabilidade e, portanto, não tem nenhum custo para o produtor”.

Ele completa dizendo que o objetivo central da JBS com a Plataforma Verde é reforçar a política de compra responsável da empresa, garantindo uma cadeia de produção livre de trabalho escravo e crimes ambientais:

"O que a gente quer é simplesmente identificar as fazendas para que a gente possa submetê-las às análises diárias que a gente faz com todos os nossos fornecedores para toda verificação de desmatamento, se esta fazenda não está em cima de uma área protegida que não deveria ter produção, se não está na lista de trabalho escravo produzida pela Secretaria do Trabalho. Isso não tem nada a ver com ONG, isso não tem a nada a ver com nenhum agente externo. Isso faz parte da política de compra responsável da JBS, que, como a gente falou, há mais de dez anos é feita com nossos fornecedores diretos."

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