Enquanto Elon Musk, o CEO da Tesla, fica nas redes sociais falando que vai mandar criptomoedas para a Lua, para Marte um grupo de brasileiros 'furou os olhos' do empresário e enviou a principal criptomoeda para o solo lunar usando um sistema de rádio amador.

Como mostrou o portal Livecoins, cinco brasileiros usaram rádio amador para rebater dados na superfície lunar e refratá-lo de volta à Terra, uma técnica conhecida no rádio amadorismo como E.M.E (Earth - Moon - Earth) ou Moon Bounce.

Márcio Gandra, Rafael Silviera, Narcélio Filho, André Alvarenga e Paulo Jr., realizaram o experimento no dia 24 de abril, data escolhida por conta da Lua Rosa, que acontece apenas duas vezes ao ano.

Na ocasião, eles retransmitiram, em código morse, o hexa decimal de um arquivo PSBT, de uma transação multi assinada de Bitcoin, para ser assinada em outro estado do país e replicada na rede para ser minerada. 

Confira o hash da transação aqui

Foram três meses de preparação para realizar a transmissão a partir de Belo Horizonte para Macacos, ambas em Minas Gerais. Lá, a transação recebeu a primeira assinatura e foi ouvida pelo rádio amador Paulo Jr. em Campinas (SP). 

Recebido o arquivo de áudio, foi possível codificar novamente o morse para hexadecimal. Em seguida, do hexa para binário novamente, e processar o arquivo PSBT na carteira Electrum, fechando a última assinatura pendente, utilizando apenas softwares online disponíveis gratuitamente.

Satoshi Radio

O experimento fez parte do projeto de lançamento Satoshi.radio.br, um grupo de rádio amadores localizados em diversas cidades no mundo que servirão como "listeners & broadcasters" de transações de Bitcoin via rádio, para "ampliar a liberdade e entrar em conflito o controle e censura que vivemos atualmente".

O grupo também fez uma segunda transmissão tocando o solo lunar e provocando o bilionário dono da Tesla e da SpaceX, Elon Musk.

 "Eu sou o primeiro Bitcoin a chegar à lua. Elon, nós fizemos isso primeiro!”, dizia a transmissão. 

Criado por Gandra e Oliveira, os integrantes do projeto Satoshi.radio.br vão utilizar um software próprio que identifica as transações de Bitcoin, faz a conversão e replica na rede automaticamente.

A iniciativa é aberta a qualquer rádio amador registrado com conhecimento em criptomoeda que queira ser voluntário no projeto sem fins lucrativos. 

Também está nos planos criar um NFT (token não fungível) com os áudios e arquivos desse registro histórico para financiar melhores equipamentos para o projeto. 

“Satoshi.radio.br propõe alternativas muito mais interessantes de comunicação e envio de criptomoedas por distâncias continentais, usando satélites de comunicação públicos e educacionais que orbitam o espaço. Isso, sem comprometer sua segurança e anonimato. A motivação está por trás da ideia de que, embora a internet possa e esteja sendo controlada e censurada, não é a única ferramenta a ser empregada no envio de transações e comunicações Bitcoin de um lado do globo para outro no planeta”, diz o manifesto do grupo brasileiro.

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