Anderson Constantino, sócio da E&Y, uma das principais empresas de auditoria do mundo, destacou a importância do desenvolvimento de habilidades, entre os auditores, para pode auditar o uso de blockchain que vem crescendo no setor, segundo artigo publicado no jornal o Estado de São Paulo.

No artigo, Constantino destaca que o cenário econômico no Brasil trouxe uma série de mudanças comerciais e tributárias que causaram impacto direto em diferentes frentes de atuação das empresas, como a adoção de novos padrões contábeis, implementação de reformas tributárias, alterações em políticas comerciais, impactos tecnológicos no perfil de risco das companhias,

"Em um movimento global, observamos que as mudanças nos negócios estão cada vez mais rápidas e trazem consigo uma gama de mudanças processuais para o dia a dia das empresas que dependem da atenção e do olhar atento das áreas responsáveis pela adoção das novas normas, além da adequação de demandas, tarefas e equipes.São em momentos como esses em que os Comitês de Auditoria se mostram essenciais para a evolução dos desafios de supervisão e das expectativas dos stakeholders", disse.

Neste sentido, segundo ele, as empresas vem adotando o uso de novas tecnologias em seus processos produtivos e organizacionais, criando também um desafio para os Comitês de Auditorias que precisam demonstrar a veracidade daquelas informações já que os investidores continuam a ter altas expectativas quanto à gestão dos Comitês de Auditoria nas companhias, pautados especialmente na transparência dos relatórios financeiros contábeis e nas divulgações ao mercado. 

"Desta forma, para que o resultado desse trabalho conjunto seja um sucesso, é preciso que as empresas olhem para as tendências da área e invistam na implementação ou aprimoramento de tecnologias e métodos de trabalho, como: monitoramento contínuo por meio de análise de falhas de controles automáticos/automatizados; o uso de ferramentas de Governança, Risco e Compliance (GRC); aplicação de robotização (RPA – Robotic Process Automation) em processos de auditoria interna; utilização de ferramentas de process mining, que podem detectar o não cumprimento de regras estabelecidas em processos de negócio; e a aplicação de análises de dados avançadas (advanced analytics)", afirma.

Porém, segundo o empresário para que fique claro que a tecnologia não é a responsável por todos os louros nem a culpada pelas falhas, é necessário reconhecer que no cenário atual há novas competências que o time de Auditoria Interna deve buscar, seja pelo desenvolvimento interno seja pela complementação com recursos externos.

"Além do desenvolvimento de soft skills importantes, como capacidade de resolução de problemas, criatividade, adaptabilidade e capacidade de inovação, serão requeridas outras competências técnicas do time de Auditoria Interna, além das clássicas, tais como conhecimento profundo de análise de dados; cibersegurança; e como auditar tecnologias emergentes como cloud, blockchain, RPA, VR/AR etc", finaliza.

Como noticiou o Cointelegraph, recentemente a EY lançou uma plataforma blockchain para fundos públicos destinados a aumentar a transparência. A plataforma OpsChain Public Finance Manager (PFM) permite um rastreamento transparente dos orçamentos e despesas públicos visíveis a todos os cidadãos.

A PFM também permitirá que os fundos públicos sejam comparados com os resultados, o que por sua vez forneceria informações sobre a eficácia das diferentes políticas.

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