Sem contar com serviços de saúde local e temendo um completo abandono pelas autoridades públicas a favela de Paraisópolis, por meio da organização G10 favelas, contratou uma equipe própria de médicos, enfermeiros e ambulâncias para lidar com o avanço do coronavírus no Brasil.
Buscando um maior protagonismo entre os moradores das comunidades carentes do Brasil o Grupo G10 Favelas também promove iniciativas em blockchain em parceria com a eSolidar e estão desenvolvendo um aplicativo baseado em blockchain disponibiliza aos moradores valores diários que poderão ser usados para compras do dia a dia, como comida, gás e produtos de higiene pessoal.
A iniciativa faz parte de um fundo de financiamento coletivo que pretende arrecadar R$ 2 milhões para estimular o protagonismo econômico e o desenvolvimento de negócios de impacto social nas maiores favelas do Brasil.
“15% do fundo será destinado à pessoas físicas residentes na Comunidade de Paraisópolis e que estejam em condição de alta vulnerabilidade, por meio da tecnologia blockchain, passando a circular mais dinheiro nessas regiões urbanas”, destaca a campanha de crowdfunding no site da eSolidar.
A outra parte da arrecadação será destinado para o desenvolvimento de ideias e geração de negócios de impacto social das comunidades integrantes do G10.
Já no caso do avanço do coronavírus na comunidade foram nomeados 420 “presidentes de rua”, voluntários que são responsáveis por zelar por trechos de vias predefinidos, cada uma com cerca de 50 casas. Os "presidentes" têm a missão de monitorar se algum morador de sua região tem sintomas da Covid-19 ou se precisa de atendimento médico. Outra tarefa é a de identificar as famílias que estão com a renda reduzida ou mesmo sem renda e que estejam passando fome.
“A gente percebeu que o governo não iria lançar nenhum programa específico para as favelas, e nesse sentimento de abandono saiu a construção de um programa que é uma rede de solidariedade entre moradores de Paraisópolis”, explicou ao G1 Gilson Rodrigues, presidente da União de Moradores, associação que representa a favela com mais de 100 mil habitantes.
Além das equipes médicas o controle ao avanço da pandemia na favela também esta distribuindo comida para moradores que perderam renda. No total são cerca de 1.300 marmitas distribuídas por dia. O presidente da União de Moradores também contou que pretende montar um espaço de quarentena em duas escolas públicas da região.
Porém a iniciativa pioneira ainda precisa de financiamento para continuar tendo em vista que as Associações responsáveis pela contrataçãonão disponhe de todo o dinheiro necessário para manter a estrutura médica e de assistência social e para, isso, além da ajuda de moradores e comerciantes locais montou uma vaquinha online que já arrecadou mais de R$ 230 mil reais. Valor considerado pequeno frente a estrutura necessária para atender uma das maiores favelas do Brasil com mais de 42 mil habitantes.
“Então não temos o dinheiro ainda, estamos contando com a solidariedade das pessoas para poder pagar”, disse Gilson Rodrigues.
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