Há muita expectativa com relação a como o halving, evento que reduzirá a recompensa da mineração do Bitcoin pela metade. Especialistas de todo o mercado apontam que dados históricos mostram que, após o evento, o preço do Bitcoin sempres apresenta uma valorização exponencial, no geral, acima de 500%.

Com o halving reduzindo a recompensa na mineração há, consequentemente, uma redução no número de Bitcoins gerados por dia, fato que é apontado como o principal fator de alta: menos bitcoin circulando, demanda para compra alta, resultado a grosso modo, mais gente querendo comprar e menos Bitcoins para serem vendidos igual a preço aumenta.

Contudo, embora a lógica possa parecer simples, há outros fatores neste halving que não havia nos anteriores, entre eles, uma maior participação de players institucionais no mercado, aumento da tensão com reguladores e uma adoção muito maior.

Porém, de uma forma ou de outra, estes fatores também podem ser visto de ambos os lados como importantes para impulsionar uma valorização ou como determinantes para 'segurar' o preço do BTC. 

Além deles entretanto há uma indústria muito importante que precisa ser considerada e que tem forte impacto no preço do Bitcoin. A mineração, que vem enfrentando importantes desafios para se manter 'lucrativa' desde 2018 quando o bear market levou o preço do Bitcoin abaixo de US$ 3.500.

Mesmo com a recente alta no preço do BTC a atividade ainda não é tão lucrativa quanto diversas pessoas fazem crer. Para se ter uma ideia, os mineradores que operam no Paraguai, considerado um dos principais polos de mineração na América Latina, só obtém lucro se tiverem os equipamentos acima de 57TH/s que custam, em média perto de R$ 10 mil.

Para o cálculo estimamos o custo de energia em torno de US$ 0,02 por Kw/h que é a média em Hernandaria, onde as fazendas de BTC estão instaladas. No valor não está incluso custos operacionais e de manutenção. Dados do CryptoCompare.

Isso indica que se o preço do Bitcoin não apresentar uma alta até o halving, após o evento, pode haver uma grande queda no hashrate do Bitcoin (o que também diminuirá a dificuldade de mineração) tendo em vista que a operação passará ser deficitária em muitos locais pelo globo. Geralmente uma queda no hashrate também é seguida por uma baixa nos preços.

Olhando para a Litecoin, vemos que o ultimo halving levou a uma queda no preço e no hashrate e não a uma valorização 'to the moon'. Porém especialistas podem argumentar que o Litecoin não é o Bitcoin e que, de fato, a atividade de mineração no LTC não chega nem perto da indústria em torno do BTC. O que é verdade, mas não deixa de ser imporante olhar para o caso.

A este cenário é preciso acrescentar que, caso preço do Bitcoin não veja uma ascensão até o halving o Antiminer S9, hoje ainda responsável por quase 50% do hashrate do Bitcoin, deve ser desligado (só no Paraguai mais de 80% das máquinas podem ser S9). Hoje, com o preço atual, o S9 já é deficitário em grande parte do mundo, sendo ainda lucrativo na China e em regiões na qual a energia fica abaixo de US$ 0,02 por Kw/h..

 

 

 

Dados do Asic Miner Value

Contudo há um fator positivo que pode segurar o hashrate mesmo que o preço do Bitcoin não seja acompanhando de uma valorização massiva: a estação chuvosa em Sichuan, principal região mineradora do mundo. Naquela região entre abril e novembro são gerados mais de 78,2 gigawatts, levando preço da energia até mesmo abaixo de US$ 0,01 Kw/h, muito baixo comparado com os US$ 0,11 registrado em outras regiões da China como Guangzhou e Pequim.

Porém, como geralmente acontece no Bitcoin, quando todo mundo prevê um cenário, o BTC faz exatamente o contrário, desta forma, é impossível prever verdadeiramente como os preços vão se comportar antes e após halving.

Entretanto, além dos olhos atentos no Coinmarketcap é bom voltar a atenção um pouco para as regiões montanhosas do oriente, onde, solitários e em meio a um barulho ensurdecedor e um calor insuportável, pessoas injetam no mercado, cerca de 1800 Bitcoins por dia, algo em torno de US$ 15.541.200‬ por dia.

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