Enquanto muitos investidores concentram suas atenções nos ETFs de Bitcoin e em novas narrativas do mercado, uma transformação silenciosa avança sem alarde: os Real World Assets (RWAs).
Essa forma de tokenização vem alterando profundamente a maneira como o valor circula, é transferido e acessado em escala global.
A proposta é simples, mas de impacto duradouro: transformar ativos físicos em tokens digitais registrados em blockchain. Isso vale para imóveis, dívidas, commodities e até participações societárias.
Uma vez tokenizados, esses ativos se tornam mais líquidos, transparentes e acessíveis em qualquer parte do mundo. Um imóvel em Buenos Aires, por exemplo, pode ser dividido em frações digitais e negociado por investidores de diferentes países sem a burocracia de cartórios ou fronteiras financeiras.
De acordo com Guilherme Prado, country manager da Bitget, esse movimento representa o próximo boom das criptomoedas. Para ele, os RWAs estão se consolidando como a revolução menos barulhenta do setor cripto, justamente por não dependerem de promessas distantes, mas de aplicações concretas já em curso.
Essa revolução só se tornou possível porque três fatores avançaram em conjunto: a maturidade das blockchains públicas, a evolução da regulação e a demanda crescente por ativos reais tokenizados.
Plataformas deixaram de apenas emitir tokens experimentais para oferecer soluções estruturadas, com segurança jurídica e processos auditáveis, conectando diretamente os ativos digitais aos direitos reais de propriedade.
Tokens RWA
O setor imobiliário, conhecido pela lentidão e altos custos de intermediação, passa a oferecer liquidez quase imediata, transparência e maior inclusão de investidores. Além disso, as operações reduzem intermediários, barateando custos e acelerando transações.
Ele defende que o grande diferencial está no caráter complementar dos RWAs. Eles não substituem o sistema financeiro tradicional, mas o expandem, oferecendo eficiência e novas formas de liquidez. Bancos, corretoras e registros públicos podem adotar a tokenização para criar produtos inovadores e dar acesso a mais investidores.
É verdade que desafios persistem. A equivalência jurídica entre o token e o ativo físico ainda precisa de padronização entre países. Também restam dúvidas sobre custódia, interoperabilidade e governança on-chain. No entanto, os avanços já registrados mostram que a tokenização de ativos reais deixou de ser promessa e tornou-se prática, com potencial de moldar o futuro das finanças globais.”, conclui