O presidente do Banco Central do Brasil, (BC), Roberto Campos Neto, teceu mais detalhes sobre o Real Digital, moeda digital brasileira que o BC pretende emitir a partir de 2022, inicialmente em uma versão de testes e prova de conceito.
Campos Neto apresentou novos detalhes sobre o CBDC nacional durante uma apresentação no MacroDay 2021, evento promovido pelo BTG e que também contou com a participação do ex- presidente Michel Temer e do ministro da economia Paulo Guedes.
Segundo Campos Neto o BC estuda permitir que os bancos nacionais possam emitir stablecoins para eliminar possíveis problemas de liquidez do Real Digital. Desta forma, como afirma o presidente, os depósitos em reais nas instituições financeiras poderiam ser tokenizados.
O presidente destacou que o BC analisa esta possibilidade para evitar que uma alta demanda pela CBDC nacional acabe gerando problemas de liquidez nas instituições financeiras e, portanto, tornando o valor de face do Real digital diferente do valor do Real físico.
No caso desta solução ser adotada as stablecoins privadas dos bancos se comunicarem entre si tendo o Real Digital como sua moeda de conversão.
"Os bancos podem ter permissão para tokenizar depósitos para serem usados em um novo plataforma de intermediação, em conjunto com um CBDC, com acesso a dinheiro programável e funcionalidades de contratos inteligentes", afirmou em sua apresentação.
DeFi
Campos Neto também voltou a afirmar também que o BC entende que o Real Digital é parte de uma agenda evolutiva do sistema financeiro nacional e parte da Agenda BC#. Desta forma, o CBDC nacional não está sendo desenvolvido para ser apenas um substituto do Real e voltado para pagamentos.
O presidente do BC afirmou que o PIX já cumpre esta função de 'moeda digital para pagamentos' e que o Open Banking será a base para uma nova economia de dados que terá no Real Digital seu instrumento financeiro.
A intenção com o Real Digital é habilitar uma gama de novos serviços financeiros baseados em smart contracts e finanças descentralizadas (DeFI).
O presidente do BC afirmou também que o Real Digital irá habilitar o sistema financeiro nacional para aplicações voltadas a Internet das Coisas (IoT) e que estuda como a plataforma do Real Digital poderá ser conectada com as plataformas atuais de blockchain públicas como Ethereum (ETH), Binance Smart Chain (BSC), Solana (SOL), Cardano (ADA), Tron, entre outras.
Embora tenha garantido que o Real Digital não é a morte total do dinheiro físico destacou que um dos propósitos do CBDC é diminuir a circulação do papel moeda.
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