Na última quinta-feira, 24 de janeiro, teve início a primeira audiência de instrução do processo envolvendo a empresa Minerworld, acusada de promover esquema de pirâmide com Bitcoin (BTC) em Campo Grande, no Mato Grosso.

Esta é a primeira audiência da ação, que envolve três empresas e 16 réus. Nesta quinta, os réus entregaram ao juiz David de Oliveira Gomes Filho os logins e senhas para acesso a 14 contas bancárias e de exchanges para verificação se há saldo de criptomoedas.

Segundo divulgou o site Portal do Bitcoin, apenas cinco foram acessadas - as outras 9 contas não puderam ser acessadas por incompatibilidade de senhas ou problemas nos sistemas de acesso.

Nas contas que puderam ser verificadas, duas não tinham saldo e, nas demais, foram encontrados US$ 763,80, 0,00002469 BTC e 0,0007597 BTC - um valor irrisório perto do prejuízo causado pela fraude, que, segundo o promotor responsável pelo caso, Luiz Eduardo Lemos de Almeida, supera a casa dos R$ 300 milhões.  

A ação contra a Minerworld decorre da operação Lucro Fácil, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)em abril de 2018. 

Quando a operação foi deflagrada, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 300 milhões em bens de 11 suspeitos de integrarem o suposto esquema de pirâmide financeira.

Estiveram presentes como réus Cícero Saad e Hércules Gobbi, sócios-proprietários da Minerworld, e também Rosineide Pinto, Ivan Félix de Lima, Maykon Grisoste Barbosa e José Maia, principais investidores da empresa.

A defesa dos réus afirma que a Minerworld não promove pirâmide financeira, mas sim marketing multinível, que é permitido pela legislação.