O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) junto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e a Promotoria de Justiça de Carmo apreenderam criptomoedas ligadas a políticos do Estado do Rio da Janeiro acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.

A Operação, realizada nesta segunda, 07 de junho, contou com a participação também da Polícia Civil, através da 112ª DP, e com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

Chamada de Operação Chorume Fase II as autoridades cumpriram oito mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, em razão de forte esquema criminoso relacionado a fraudes em contratos da Prefeitura de Carmo.

Um dos alvos presos foi o ex-prefeito de Carmo, Paulo Cesar Ladeira.

Somados, os contratos alcançam o valor aproximado de R$ 40 milhões.

Segundo as acusações, durante o período em que Ladeira esteve no cargo (2017/2020), o grupo articulou-se para que duas empresas, a Limpeza Urbana e a Forte Ambiental, obtivessem contratos superfaturados de limpeza urbana com o município, por meio do pagamento de propina a agentes públicos.

Além dos mandados de prisão, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados e a outros envolvidos no esquema criminoso, nas cidades do Carmo, Macaé, Campos dos Goytacazes, São Fidélis e Ubá-MG.

A 1ª Vara Criminal Especializada da Capital também decretou o sequestro dos bens móveis e imóveis pertencentes aos denunciados, além de criptomoedas que, segundo apontam as investigações, estariam sendo utilizadas pelos investigados para a lavagem do dinheiro obtido com as ações criminosas.

"Na apreensão de criptomoedas, o MPRJ contou com a colaboração de empresas que atuam com seriedade e responsabilidade no mercado de Exchanges, de forma organizada e associada", disse o Ministério Público.

Esquema Criminoso

Esta é a segunda fase da operação. Na primeira fase da Operação Chorume, realizada em março deste ano, foi encontrada a quantia de R$ 128.900,00 decorrente de propinas enterradas em seu sítio.

Na primeira fase, além do ex-prefeito, também foi presa a vereadora Rita Estefânia Gozzi Farsura; o ex-secretário de Meio Ambiente, Ronaldo Rocha Ribeiro e o empresário Murilo Neves de Moura, todos acusados de corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e prevaricação.

Com o avanço da apuração dos fatos, verificou-se um esquema criminoso envolvendo os empresários Wesley Ferreira Pessanha, Celciomar Ferreira Pessanha e Selma Ferreira Pessanha, apontados como proprietários de fato da empresa Limpeza Urbana e da Forte Ambiental, além de José Henrique dos Santos Mendonça e Murilo Neves de Moura, que atuavam como braços direitos dos referidos empresários.

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), foram apontadas diversas irregularidades na licitação que resultou na contratação da empresa Limpeza Urbana para prestar serviços à prefeitura, como o fato de que o edital não foi publicado em jornal de grande circulação e apenas três dias antes da fase de disputa.

Além disso, foi observado indício de sobrepreço no custo estimado da tonelada de lixo, na ordem de 148%.

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