Durante a Non Fungible Conference 2022, organizada pela Sherwa e Dux Cripto, especialistas em criptomoedas no Brasil destacaram que os jogos play-to-earn, como Axie Infinity, não são apenas altas de 53.000% mas, principalmente, formas de inclusão financeira. 

Debatendo sobre como NFTs e tokenização podem ajudar a criar impacto social e mudar a forma de relacionamento da comunidade com a sociedade, os especialistas Filipe Franco, Rafaela Romano e Renata Couto, apontaram que uma das principais faces dos jogos play-to-earn, não é sobre a valorização de seus tokens mas como eles ajudaram a gerar inclusão financeira nas comunidades.

Segundo Romano muitos projetos que nascem exclusivamente com a proposta de gerar impacto social muitas vezes causam um certo estranhamento e são reconhecidos, erroneamente, como caridade. Porém ela apontou que um grande exemplo de como WEB 3 e blockchain podem gerar impacto social sem 'caridade' é o caso de games como o Axie Infinity.

"Um dos melhores exemplos de impacto com NFTs são os jogos, como foi o caso do Axie infinity que gerou inclusão financeira para diversas comunidades. Alguns projetos que tentam entrar já no front como impacto a galera fica com medo, pois acha que é caridade. Mas os jogos conseguem ir mais longe pois consegue criar ferramentas de inclusão financeira de uma forma mais fácil e divertida", disse.

Ainda segundo a especialista, a web 3 propicia a criação de inúmeras ferramentas de inclusão financeira e que a união entre a web 2 e a web 3 é muito mais disruptiva do que 'criar ferramentas do zero' já que o alcance da web 2 é muito maior atualmente.

"Jogos e muitas outras ferramentas que já são fortes na Web2 podem e devem ser usadas para gerar inclusão financeira. Muitas vezes temos que estar dispostos a abraçar coisas às vezes divergentes para atingir comunidades que não estão no setor de blockchain, criptomoedas e mesmo no setor financeiro tradiional", apontou.

Gerar impacto que não é visto

Romano ainda destacou que a geração de impacto social vai além do impacto financeiro no sentido de que é possível usar as ferramentas de gamificação para criar um grande ecossistema de geração de impacto com tokenização e blockchain.

"Adoro os jogos move-to-earn. Eles tiveram bastante impacto na minha vida e acho eles fantásticos pois geram uma cadeia de impacto social que não é apenas financeiro", apontou.

Presente no painel junto com Romano, Filipe Franco, exemplificou como o move-to-earn pode gerar impacto para além das finanças e destacou que ele pode mover um grande ecossistema de impacto social.

"A pessoa caminha e é remunerada por isso. A longo prazo isso pode reduzir sua propensão a doenças e, em uma escala maior, reduzir o custo do sistema de saúde no tratamento da população, pois essa população está mais ativa. Pense também em como estas 'caminhadas remuneradas' estão reduzindo em termos de emissão de carbono. Enfim, é toda uma cadeia de impacto social com uma ação", disse.

Na mesma linha, Renata Couto destacou que o move-to-earn é um exemplo de como conectar a Web 2 com a Web 3 gera grande impacto e pode ser a porta de entrada para muitas pessoas nesta nova economia.

"Empresas como Nike e Adidas já perceberam isso e estão trabalhando nesta integração", afirmou.

Franco também destacou que a Web3 e gamificação com tokens são não apenas geração de impacto social, mas também de marketing para as empresas, movendo também todo um outro ecossistema no qual toda a comunidade pode ser beneficiada

"Imagine o cara da padaria. Ao invés dele dar um café para um morador de rua. Ele incentiva as compras em seu estabelecimento sendo que a cada 20 cafés vendidos um é doado e registrado em blockchain. É um exemplo simples mas que mostra como todo um ecossistema pode ser incentivado com tokenização e blockchain", finalizou.

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