A PlanetaryX, integrante do ecossistema Sthorm, anunciou, nesta sexta, 28, o lançamento do primeiro patch dos Biome Conservation Assets (BCAs), que são tokens RWA vinculados a ações de conservação e preservação de biomas na floresta amazônica.
Os ativos estão ligados aos esforços de preservação na Fazenda Primavera, em Presidente Figueiredo, no estado brasileiro do Amazonas.
Segundo informou a Sthorm ao Cointelegraph, os BCAs contém informações reais e detalhadas da Amazônia, oferecendo uma representação autêntica da biodiversidade na Fazenda Primavera.
"Ao apoiar os esforços de conservação na Fazenda Primavera, nossa iniciativa se estende além da preservação ambiental, impactando positivamente as comunidades locais e proprietários de terras por meio de um ecossistema baseado em incentivos, visando corrigir desigualdades locais e globais", declarou a empresa.
Envolvendo os BCAs, durante a COP28, a Sthorm anunciou um acordo que envolve a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), entidade que representa 1,8 milhão de pequenos produtores rurais; a Autopass, empresa de pagamentos eletrônicos que administra o TOP, sistema de bilhetagem de ônibus e metrô presente na região metropolitana de São Paulo.
Por meio da parceria, parte das transações realizadas pela Autopass no transporte público paulista será transformada tokens BCAs. Os recursos obtidos com sua comercialização serão direcionados aos associados da Conafer como pagamento pela conservação das áreas de floresta.
As propriedades vinculadas à Conafer abrangem uma extensão superior a 800 milhões de hectares, equivalente à soma dos territórios da Alemanha, França, Inglaterra e Espanha. Essas áreas são cultivadas por uma variedade de produtores, incluindo comunidades indígenas de 157 diferentes etnias. Os parceiros avaliam que o potencial de ativos comerciáveis pode atingir a marca de 72 bilhões de dólares.
Tokens RWA e sustentabilidade
“Com essa aliança, uniremos conhecimento científico avançado e práticas sustentáveis para enfrentar problemas ambientais críticos, de pandemias a mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que trabalhamos para assegurar a biodiversidade e a sustentabilidade econômica das comunidades que dependem desses ecossistemas”, afirma Pablo Lobo, fundador e CEO da Sthorm.
Brasil é pioneiro no mercado de tokens RWA (ou TIDCs) sendo o primeiro país do mundo a lançar tokens relacionado a ativos do mundo real ainda em 2018. No caso nacional, os primeiros tokens RWA foram lançados pela exchange Mercado Bitcoin, que começou a tokenizar precatórios e direitos de jogadores de futebol dentro do mecanismo de solidariedade da Fifa.
Depois do MB, surgiram diversas tokenizadoras no mercado, sendo a Liqi uma das principais. Até mesmo o banco Itaú, um dos maiores do país, já lançou tokens RWA relacionados com antecipação de recebívies.
No entanto, mundialmente, a tendência de tokens RWA começou a ganhar corpo no ano passado e passou a despertar ainda mais atenção em 2023. Agora, um novo estudo sugere que os RWAs emergiram como o 10º maior setor em DeFi com base em protocolos rastreados pelo DeFi Llama depois de subir do 13º lugar cerca de um mês atrás.
Dados do Etherscam apontam que existem mais de 41,3 mil detentores de tokens RWA na blockchain Ethereum. O número representa um aumento de 130% em relação aos 17,9 mil registrados no início do ano, segundo dados compilados pela Binance Research.
Enquanto no Brasil os RWAs são de precatórios, recebíveis, cotas de consórcio, entre outros, no mercado global, os títulos de tesouro dos EUA são o maior destaque no setor.