Se é verdade a máxima que diz “uma mentira contada mil vezes, torna-se verdade”, o dito popular provavelmente não vale para o ex-executivo de biotecnologia Martin Shkreli, que deixou a prisão em maio deste ano após cumprir uma pena de sete anos. Em 2017, o ex-gerente de fundos de hedge foi condenado por fraudar os valores mobiliários durante o período em que esteve à frente dos fundos MSMB Capital e MSMB Healthcare.
“O homem mais odiado do mundo”, como Shkreli também é conhecido desde que ganhou notoriedade em 2015, ocasião em que o cofundador das indústrias farmacêuticas Retrophin e Turing Pharmaceuticals (atual Vyera Pharmaceuticals) foi acusado de superfaturar em 5.000% o preço de um medicamento para controlar a Aids, garantiu na última semana que um hacker invadiu a carteira digital dele e roubou os fundos do Martin Shkreli Inu (MSI). Trata-se de um projeto anunciado há aproximadamente um mês pelo próprio Shkreli como uma plataforma Web3 de modelagem farmacêutica, área em que, no mundo físico, Shkreli está proibido de atuar.
Na ocasião, o MSI, que operara em alta, derreteu 90%. O que aconteceu depois que uma carteira vinculada a Shkreli liquidou suas participações em um total de 139 ETH, cerca de US$ 450 mil no momento da operação, aproximadamente R$ 2,3 milhões pela cotação do dólar americano na tarde desta sexta-feira (19).
A transferência aconteceu no último dia 12 de acordo, quando a plataforma de monitoramento Ethersan rastreou a movimentação de 160 bilhões de tokens MSI da carteira 0xshkreli.eth para uma carteira desconhecida.
Em resposta a uma investigação feita pelo canal do YouTube SomeOrdinayGamer, apresentado pelo influenciador Muta Anas, Martin Shkreli disse que a transferência aconteceu depois que um malware infectou o computador dele quando ele tentava baixar um conteúdo de pornografia.
Ele afirmou acreditar que o conteúdo fosse um vídeo em formato mp4, mas que, de fato, seria um arquivo .zip contendo um protetor de tela de 700 MB, por meio do qual os supostos hackers conseguiram usar um trojan remoto e obter as informações pessoais, incluindo as chaves da carteira de criptomoedas “da vítima.”
Ainda que a versão de Shkreli levante dúvidas, parte da comunidade cripto acredita na possibilidade de o ex-executivo estar falando a verdade, por causa dos detalhes das informações apresentadas por ele. Outro motivo é o fato de que ele não deve querer se meter em enrascadas novamente logo após sair da prisão, local onde se encontra a mulher que encomendou assassinato do marido com pagamento em Bitcoin e acabou condenada a 10 anos de reclusão, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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