Somente no mês de março os brasileiros negociaram quase R$ 9 bilhões em Bitcoin e criptomoedas.
Os dados são da Receita Federal do Brasil e foram compartilhados com a instituição pelas exchanges e comerciantes p2p.
Assim, segundo os dados que o Cointelegraph teve acesso, foram negociados no Brasil, somente em março R$ 8.824.154.625,56 em criptomoedas.
Receita Federal
Os dados segundo a Receita Federal são provenientes de pessoas físicas e jurídicas, sendo que:
- Pessoa Física e Jurídica Com uso de exchange no exterior 5.255.944.763,24
- Pessoa Física e Jurídica Sem uso de exchanges 1.078.163.914,55 12.19
- Somente Pessoa Jurídica nas exchanges nacionais 2.490.045.947,77 (aqui estão computados os dados das pessoas físicas negociando nas exchanges nacionais)
Os números chamam a atenção para o potência do mercado nacional de criptomoedas que teria, em média, cerca de 100 mil usuários negociando criptoativos todo mês em todas as plataformas nacionais.
Os dados da receita também revelaram uma predominância de homens no mercado sendo que eles negociaram R$ 752.220.298,23 enquanto as mulheres negociaram R$ 113.995.995,72.
R$ 108.577.697.764 de agosto de 2019 a março de 2020
Segundo os dados que o Cointelegraph teve acesso, entre agosto de 2019, quando começou a valer as regras da IN 1888, até março de 2020, último mês computado até o momento pela Receita Federal os brasileiros negociaram R$ 108.577.697.764
Somente em agosto de 2019, nas exchanges nacionais, foram negociados, R$ 43.076.237.804,06.
"O que é divulgado é um consolidado das informações prestadas pelos contribuintes o que inclui, inclusive, os erros cometidos por estes. Por isso, sugerimos cautela ao utilizar os dados relativos aos valores divulgados e levar sempre em consideração, durante suas análises, a provável ocorrência desses erros de declaração. Pois esses erros são frequentes, significativos e não são passíveis de identificação e exclusão do conjunto dos dados ora divulgados", diz a Receita Federal.
Os dados reportados a Receita Federal dizem respeito 'apenas' às movimentações nas exchanges e, portanto, não estão computados dados da XDEX, e dos fundos baseados em criptomoedas aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e operados pela Hashdex, BLP, QR e Vitreo.
P2P e OTC
Os recentes dados informados pela Receita Federal do Brasil e compartilhados com o Cointelegraph, revelaram o tamanho do mercado de negociação de criptoativos no país.
Somente em março comerciantes p2p e mesas de OTC no mercado nacional negociaram R$ 1.078.163.914,55.
Porém, na somatória do período, de agosto de 2019 a março de 2020 o valor negociado e reportado a RFB é de R$ 9.151.963.511
O mercado de p2p, vem atraindo cada vez mais usuários tanto a exchange brasileira Bitcointoyou que fez uma parceria com a parceria com a Binance para oferecer esta modalidade de negociação para seus clientes.
“Essa parceria visa democratizar ainda mais o acesso de brasileiros e europeus às criptomoedas”, afirmou Andre Horta, fundador da exchange. “As pessoas terão mais facilidade para comprar e vender criptomoedas. Sendo que o fato de não ter intermediadores também irá baratear os custos da operação”, completou.
Imposto
Hoje, as transações e negociações com Bitcoin não pagam impostos.
Porém o Ministro da Economia, Paulo Guedes, quer mudar esta realidade.
O ministro deseja criar um imposto sobre transações digitais, o que impactaria as negociações de Bitcoin e criptomoedas.
Segundo o Ministro, a medida é necessária para que o ministério possa promover uma desoneração emergencial em impostos que incidem sobre a folha de pagamento.
Assim, a proposta do governo é retirar impostos de empresas e trabalhadores estimulando as contratações após o pico do coronavírus no país.
No entanto, para que o Governo Federal não seja prejudicado pela desonaração na folha das empresas e veja cair o valor dos impostos que recebe, o Ministro voltou a propor a "CPMF" das transações digitais.
O ministro afirma que somente com a criação de um novo imposto será possível impulsionar a contratação.
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