Resumo da notícia:
Mercado Livre e Nubank, duas das três maiores empresas da América Latina, mantêm Bitcoin em suas reservas corporativas.
O Mercado Livre possui 570,4 BTC (US$ 61,4 milhões) com ganhos de 179,5%, enquanto o Nubank mantém em sigilo o valor exato de sua reserva em Bitcoin.
A adoção de Bitcoin por grandes corporações latino-americanas sinaliza crescente aceitação institucional da criptomoeda na região, com empresas brasileiras liderando essa tendência
O Bitcoin (BTC) está presente na tesouraria corporativa de duas das três maiores empresas da América Latina, revela um levantamento da Elos Ayta Consultoria a que o Cointelegraph Brasil teve acesso.
O Mercado Livre (MELI) e a Nu Holdings, controladora do Nubank – respectivamente a primeira e a terceira empresas mais valiosas da região – possuem uma pequena exposição ao Bitcoin em suas reservas.
Com valor de mercado de US$ 127,3 bilhões, o Mercado Livre possui 570,4 BTC em caixa, equivalentes a US$ 61,4 milhões, segundo dados da Bitcoin Treasuries. O valor representa 0,0482% da capitalização da empresa.
O Mercado Livre tornou-se a primeira empresa pública da América Latina a investir em criptomoedas no primeiro trimestre de 2021, quando anunciou a compra de US$ 7,8 milhões em Bitcoin.
Naquele mesmo ano, em agosto, a empresa passou a oferecer o serviço de compra e venda de criptomoedas no Brasil, por meio de seu aplicativo de carteira digital, o Mercado Pago.
No primeiro trimestre de 2025, o Mercado Livre ampliou sua posição em Bitcoin, investindo US$ 13 milhões na compra de 157,7 BTC a US$ 82.381 por unidade. Somados aos 412,7 BTC adquiridos em 2021, a empresa totaliza agora 570,4 BTC em suas reservas. Com um preço médio de US$ 38.569, as participações de Bitcoin do Mercado Livre acumulam ganhos de 179,5%.
Atualmente, a empresa argentina ocupa a 62ª posição no ranking global de empresas públicas que mantêm Bitcoin em caixa, uma posição abaixo da brasileira Méliuz (CASH3), que possui 604,7 BTC (aproximadamente US$ 65,1 milhões).
Recentemente, ambas foram ultrapassadas pela OranjeBTC (OBTC3), que estreou na B3 em 7 de outubro com um tesouro de 3.650 BTC (aproximadamente US$ 411 milhões), tornando-se a maior empresa pública detentora de Bitcoin da América Latina.
Em 2025, o valor de mercado do Mercado Livre cresceu US$ 41 bilhões, segundo a Elos Ayta Consultoria. O crescimento da empresa é decorrente de investimentos em expansão geográfica, inovações e resultados acima do esperado.
Reserva de Bitcoin do Nubank permanece em sigilo
A Nu Holdings anunciou em maio de 2022 o investimento de 1% de seu patrimônio líquido em Bitcoin. No entanto, a empresa não divulgou detalhes sobre valores exatos ou datas específicas das compras.
A confirmação do investimento em Bitcoin consta no Formulário 20-F encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). O documento enviado anualmente ao órgão regulador americano inclui informações sobre as finanças e as alocações estratégicas de ativos da Nu Holdings.
A alocação em Bitcoin é mencionada nos documentos referentes aos anos de exercício de 2022 e 2024, sem, contudo, oferecer detalhes sobre datas ou os valores exatos da compra.
Nos balanços patrimoniais encaminhados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não há menção às aquisições de Bitcoin pela Nu Holdings.
A divulgação da incorporação de Bitcoin ao caixa da empresa foi feita juntamente com o anúncio de que o Nubank passaria a oferecer aos seus clientes o serviço de compra e venda de criptomoedas por meio de sua plataforma.
“Essa iniciativa reforça a convicção da empresa no potencial atual e futuro do Bitcoin para revolucionar os serviços financeiros na região”, afirmou o fundador e CEO do Nubank, David Velez, na ocasião. “Não há dúvidas de que as criptomoedas são uma tendência crescente na América Latina”, acrescentou o executivo.
Segundo a Elos Ayta Consultoria, o valor de mercado do Nubank cresceu 54,45% entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, saltando de US$ 49,9 bilhões para US$ 77,1 bilhões. As brasileiras Petrobras e Itaú BBA e a mexicana América Móvil completam o ranking das cinco empresas mais valiosas da América Latina, ocupando a segunda, quarta e quinta posições, respectivamente.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, o Nubank é a quarta empresa que mais cresce no mundo, segundo a Fortune.