O avanço do coronavírus no Brasil não impediu que a Justiça Federal de Porto Alegre realizasse um leilão com carros de luxo da Indeal, empresa acusada de operar uma pirâmide financeira de Bitcoin que acabou sendo alvo da  Operação Egypto que prendeu diversos de seus organizadores, além de bens e criptomoedas guardadas na Poloniex.

Porém, o leilão não conseguiu vender os veículos da empresa e somente um dos carros foi arrematado, uma Mercedes Benz GLC2504 pelo valor de R$ 224.050,00, cerca de R$ 2 mil a mais que o valor de mercado estipulado no leilão. Os demais veículos não tiveram nenhum lance.

No entanto, apesar do fracasso no leilão, os veículos ainda estão aberto para lance e uma nova 'rodada' deve ocorrer no próximo dia 13 de abril, no qual todos os veículos serão novamente colocados a venda.

O veículo mais caro do leilão é uma Ferrari California, fabricada em 2009, com 14.989 quilômetros rodados. Na primeira venda, o valor mínimo era de R$ 670 mil, agora, para o próximo leilão o lance mínimo será de R$ 536 mil. O carro mais potente é o BMW X6, versão esportiva, de 575 cavalos, fabricado em 2017, avaliado em R$ 420 mil mas com lance mínimo de R$ 336 mil.

Com pouquíssimo uso, há um Mustang GT blindado, 2019, com apenas 413 quilômetros rodados. Pouco comum no país, também estará à venda um Nissan 370Z Nismo, 2012, avaliado em R$ 150 mil e com lance mínimo de R$ 120 mil. Entre outros veículos famosos, há um Dodge Challenger SXT, uma Porsche Cayenne, um Jaguar Espace, uma Mercedes Benz e uma Land Rover Evoque. Os responsáveis pelo leilão garantem que os veículos estão em bom estado.

A Justiça justifica o leilão antecipado pela potencial desvalorização dos bens apreendidos. Em caso de condenação, o dinheiro será usado para ressarcir parte das mais de 23 mil vítimas da fraude. Em agosto de 2019, a Justiça apreendeu quase 4.000 BTCs da InDeal na exchange Poloniex.

Curiosamente, o Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, foi sede de duas das maiores pirâmides de Bitcoin do Brasil, com bilhões de reais perdidos e os responsáveis hoje presos: a Unick Forex e a InDeal.

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