O mercado de criptomoedas acumulava quase US$ 100 bilhões em saídas líquidas em 24 horas e operava a um market cap de US$ 2,86 trilhões (-2,4%) na manhã desta quinta-feira (27), quando os dados das plataformas apontavam medo extremo dos investidores. O Bitcoin (BTC) recuava a US$ 86,6 mil (-2,7%) com retração acumulada semanal de 11%, apesar de as principais altcoins operarem em terreno misto e um novo token disparar 6.800% em listagem.

O BTC se dissociava do S&P 500 e do Nasdaq, encerrados respectivamente em 5.956,06 (+0,014%) e 19.075,26 (+0,26%), e acompanhava a pressão vendedora nas bolsas da região da União Europeia (UE). O que aconteceu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que pode impor tarifas de 25% sobre importações do bloco.

A retração do benchmark cripto coincidia com o fortalecimento do índice de força do dólar americano (DXY), a 106,68 pontos (+0,16%), e crescimento do holding de stablecoins como o Tether (USDT), cujo volume de negociações em 24 horas chegava a US$ 128,15 bilhões (+8%) e o market cap alcançava US$ 142,1 bilhões (+0,11%), segundo dados da plataforma CoinMarketCap.

No mercado de Futuros de criptomoedas, o volume em 24 horas era de 292,4 bilhões (+17,4%) com retração a US$ 101,9 bilhões (-3,1%) no interesse aberto e US$ 773 milhões (+81,9%) em liquidações de traders alavancados, sendo US$ 600 milhões em posições compradas (long) e US$ 173 milhões em posições vendidas (short). O que apontava para mais queda, segundo dados da plataforma Coinglass.

Apesar do recuo a 17,97 pontos (-7,5%) do Volatility Index (VIX), conhecido por índice do medo, os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin mantiveram forte pressão vendedora, em US$ 754,53 milhões em saídas líquidas, enquanto os saques líquidos de ETFs de Ethereum (ETH) chegaram a US$ 94,27 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.

O índice altseason, que afere as 100 principais altcoins em capitalização de mercado em 90 dias, apresentava ligeiro avanço ao chegar a 26 pontos e favorecer alguns tokens. Nesse grupo, o QNT recuava a US$ 100,20 (-9,5%), o XDC se retraía a US$ 0,082 (-7,9%), o DEXE valia US4 18,98 (-7,2%), o IP representava US$ 6,21 (-6,4%), o APT avançava a US$ 6,14 (+8,1%), o OP chegava a US$ 1,16 (+7,1%), o ENA valia US$ 0,43 (+7,1%), o BERA pareava US$ 7,75 (+5,8%), o DOT se convertia em US$ 5,13 (+6,4%) e o JUP se nivelava por US$ 0,74 (+5,9%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o KAITO orbitava US$ 2,72 (+34,1%), o STX representava US$ 0,89 (+12%), o SAFE se comparava a US$ 0,61 (+19,4%), o GRASS estava cotado a US$ 2,01 (+17%), o POPCAT era negociado por US$ 0,26 (+13,3%), o NEIRO se comparava a US$ 0,00041 (+14,5%), o AB atraía US$ 0,012 (+14%), o CARV representava US$ 0,57 (+58,7%), o CUDOS era transacionado por US$ 0,011 (+31,4%), o COOKIE se convertia em US$ 0,24 (+29,7%), o THE atraía US$ 0,64 (+15%) e o REZ estava cotado a US$ 0,024 (+45,9%).

Entre os destaques estava a listagem global do MyShell (SHELL), token utilizado para negociação de desenvolvedores, detentores e compartilhadores de agentes de inteligência artificial (IA), negociado por US$ 0,62 (+30,4%) com US$ 153,9 milhões em volume de negociações em 24 horas (+282,3%) e US$ 167,3 milhões em capitalização de mercado (+30,2%). Entre as exchanges que listaram o SHELL estavam a Kucoin e a Bitget, que reportou um pico de preço de 6.800% em relação ao preço de abertura do token, desde o dia 13.

A Binance anunciou para 10 horas (horário de Brasília) a listagem do MyShell (SHELL), 10º projeto de listagem através do HODLer, que é um programa de recompensas a detentores de BNB, token do ecossistema da exchange global. Nesse caso, o airdrop de 25.000.000 SHELL (2,5% do fornecimento total de tokens do genesis) contempla os usuários que assinaram seus BNB para produtos Simple Earn (Flexible and/or Locked) e/ou On-Chain Yields de 2025-02-14 00:00 (UTC) a 2025-02-18 23:59 (UTC), segundo comunicado da Binance.

No dia anterior, as criptomoedas reagiam após US$ 1 bilhão em saídas de ETFs de Bitcoin, desconfiança do varejo e guerra dos chips, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.