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Cassio GussonCassio Gusson

'Meu marido morreu tentando receber do Bitcoin Banco, precisamos do dinheiro para pagar despesas da família', diz esposa de investidor do GBB

Esposa de ex-investidor do Grupo Bitcoin Banco busca uma forma de reaver o valor aplicado pelo marido e que não foi liberado pelo GBB nem para ajudar no tratamento de saude dele

'Meu marido morreu tentando receber do Bitcoin Banco, precisamos do dinheiro para pagar despesas da família', diz esposa de investidor do GBB
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O contabilista, Sandro da Silva Terroso, veio a óbito no ultimo dia 25 de agosto devido a insuficiência renal crônica e complicações por conta de um grave problema nos rins.

O caso de Sandro Terroso ficou conhecido pois o investidor usava as redes sociais para requerir a Cláudio Oliveira, controlador do Grupo Bitcoin Banco, que realizasse o pagamento de seus valores 'bloqueados' na plataforma para que ele pudesse arcar com seu tratamento médico.

Terroso que tinha o rim transplantado buscava reaver o valor investido para que pudesse continuar o tratamento. Sem obter qualquer solução, começou a compartilhar uma foto sua nas redes sociais junto com um cartaz no qual esperava comover o controlador do Grupo Bitcoin Banco para que liberasse o valor bloqueado ao investidor. No entanto o investidor não teve sucesso em sua demanda.

Terroso teria até R$ 16 mil investidos nas exchanges NegocieCoins e TemBTC plataformas do GBB e com dificuldades para arcar com os custos do tratamento veio a óbito no último dia 25. Agora a família busca formas de reaver o dinheiro para pagar contas do tratamento e demais despesas familiares.

"O Sandro faleceu tentando receber este dinheiro e ele falava muitas das vezes que isto inclusive estava deixando ele mais doente. Ele foi mas deixou um filho de 8 anos, deixou uma filha de 20 e deixou um neto e a gente precisa deste valor porque os ultimos meses não foram fáceis, nós gastamos demais e até porque é um dinheiro dele que pertencia a ele. Então a gente precisa receber este dinheiro", declarou ao Cointelegraph, a esposa Andressa Oliveira Maia.

Maia, esposa de Sandro, não tem conhecimento sobre Bitcoin e criptomoedas e também desconhece como pode acessar os donos do Grupo Bitcoin Banco para reaver os valores aplicados pelo falecido marido. A esposa sabia das aplicações pois Sandro constantemente falava do assunto com a família até pelo fato de que o dinheiro bloqueado poderia ter ajudado no tratamento.

Por esta razão, Maia, entrou em contato com a equipe do Cointelegraph por meio de Adilson Valloci Junior, que se comunicava com Sandro por meio de umgrupo no WhatsApp, que Junior montou para intermediar a compra e venda de BitCraudios e também onde outros investidores também buscam solução para o problema de seus valores bloqueados.

"Criei grupos nas redes sociais no intuito de ajudar as pessoas que tinham e tem valores bloqueados no Grupo Bitcoin Banco, assim, uma vez, o Sandro me chamou no privado e contou o caso dele para ver se eu podia ajudar pois ele precisava do tratamento. Tentamos ajudar na época mas, como tantas outras pessoas, ninguém do Bitcoin Banco deu atenção e depois, no dia 30 de agosto, recebi a mensagem da esposa dele contando o que havia acontecido posteriormente. Minha intenção foi ajudar. Ver se o pessoal do Bitcoin Banco se sensibiliza pelo menos com a história desta família e pode entregar a família o dinheiro que pertencia ao Sandro", disse.

Procurado para comentar o caso, até o momento, o Grupo Bitcoin Banco não se manifestou sobre a demanda da esposa de Sandro. Em nota recente o GBB declara que "tem estado à disposição de seus clientes e da Justiça desde o início da crise que afetou sua operação, e que foi denunciada à autoridade policial"

"No dia 24 de maio, a empresa informou a descoberta de uma ação criminosa pela qual, valendo-se de uma brecha na plataforma das exchanges do GBB, um grupo de clientes duplicou os saldos de suas contas e efetuou saques indevidos, de dinheiro que não existia, num golpe calculado em R$ 50 milhões. Desde então, um conjunto de ações foi adotado para superar os efeitos da fraude e regularizar o pagamento dos saques solicitados"

Como reportou o Cointelegraph, o Grupo Bitcoin Banco (GBB) anunciou, na sexta-feira (30), em suas redes sociais, que suspenderá o funcionamento das exchanges Tem BTC e NegocieCoins a partir do próximo dia 1 de setembro. 

O motivo da suspensão, segundo o comunicado, é “parametrizar e reformular as exchanges, normalizar os pagamentos após revalidação dos cadastros dos clientes ativos, intensificar a segurança das operações, oferecer uma plataforma mais profissional para traders e integrar diretamente as exchanges com o Audax Bank e a Get4Bit”.