Durante o painel CBDCs e Stablecoins: Qual o papel de cada uma?, realizado nesta quarta, 06, no Blockchain Rio, o Coordenador do Drex, Fabio Araujo destacado que o dinheiro, em si, não serve para nada, a não ser para realizar pagamentos, e nesta lógica, o dinheiro tokenizado, seja em stablecoins ou em CBDCs é o dinheiro para pagamentos na internet.
"O cenário ideal é o seguinte: o dinheiro, por si só, não serve para nada — ele só serve para comprar coisas. Nesse contexto, o dinheiro digital também só faz sentido se for usado para comprar ativos digitais. É aí que entra o conceito de RWA (Real World Assets), que, na minha visão, é o grande espaço de expansão nesse novo ambiente”, disse.
Desse modo, Araújo destacou que o Drex é fundamental, por ser uma camada de infraestrutura para o mercado, enquanto a camada privada, que é oferecida pelas empresas, é fundamental para operar os canais de pagamento, porque o Banco Central não opera pagamentos diretamente — ele fornece a infraestrutura e os sistemas.
“São as empresas que atuam como responsáveis pelos pagamentos no dia a dia. Nesse modelo, é necessário que os pagamentos estejam tokenizados. E, no topo dessa pirâmide, entram os ativos virtuais e as criptomoedas, que permitem a realização de novos testes, promovem inovação e ajudam a oxigenar todo o sistema”, afirmou.
Integração de todos os ativos
De acordo com o coordenador do Drex, a integração de todos esses ativos — dinheiro do BC, tokens privados, stablecoins e criptoativos — vai tornar o sistema financeiro brasileiro cada vez mais moderno, eficiente e inclusivo.
“Quando a gente pensa na estratégia do Drex, ela representa uma forma de trazer uma tecnologia disruptiva para o sistema financeiro. Pessoalmente, acredito que, depois que essa tecnologia for absorvida pela sociedade, as pessoas vão entender que uma rede pública pode ser tão eficiente quanto uma rede permissionada. No caso do Banco Central, que regula mais de 1.500 instituições, a governança é o elemento fundamental para operar em um ambiente aberto.’, disse.
Ainda de acordo com Araujo, com uma regulação adequada, faz muito sentido avançar.
‘Hoje, já temos um arcabouço regulatório que permite a abertura de uma instituição de pagamento (IP) e a tokenização de saldos. Essa já é uma forma simples e segura de começar.Pensando em outras alternativas, seria necessário adaptar a regulação. O depósito tokenizado, por exemplo, tem que ser emitido por um banco, o que implica uma carga regulatória muito maior — isso é algo muito pesado e que não serve para startups.’, apontou.
Ainda segundo ele, se você permite o uso de stablecoins, abre espaço para que mais parceiros entrem no sistema.
‘Esse é justamente o objetivo do Drex: facilitar a entrada de mais empresas e tornar o sistema financeiro brasileiro mais acessível, eficiente e competitivo’, apontou.