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Piramide financeira PayDiamond afirmava que tinha R$ 180 milhões 'guardados' na CVM para pagar clientes

Pirâmide financeira que afirmava atuar no ramo de mineração de diamantes tem seus líderes indiciados pelo Ministério Público

Piramide financeira PayDiamond afirmava que tinha R$ 180 milhões 'guardados' na CVM para pagar clientes
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O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu à Justiça a condenação de 5 pessoas ligadas a suposta pirâmide financeira PayDiamond que afirma atuar no ramo de mineração de pedras preciosas e fazia pagamentos com uma criptomoeda própria.

Na ação o MP alega há indícios "suficientes de autoria e materialidade dos delitos de pirâmide, falsidade ideológica e formação de quadrilha", desta forma pede que seja condenados pelos crimes alegados os supostos operadores da PayDiamond, Carlos Cesar Luiz, Adriano Macho Mendes, Rodrigo de Souza Kagaochi, Dilhermano Pereira Gonçalves e Kátia Regina Zazirskas Luiz.

A PayDiamond operava no Brasil desde pelo menos 2015 oferecendo rentabilidades vinculadas a supostas operações de mineração de diamantes, que, supostamente nunca existiram. A empresa operava com estratégias de Marketing Multinivel e também por meio de uma criptomoeda própria a MKTCoin, que remunerava os investidores mas nunca poderia ser utilizada fora das plataformas do grupo.

"Para formação de verdadeira organização criminosa, para prática de fraudes e crime de pirâmide, os acusados Carlos Cesar Luiz e Kátia Regina contaram com a participação de outros agentes, com contribuição decisiva na captação de investidores/vítimas e para tanto não só promoveram a divulgação de suas atividades por sites na rede mundial de computadores, como também realizaram diversos eventos em várias cidades do Brasil e do exterior , em hotéis de luxo, onde reuniram em auditórios, em cada oportunidade, mais de 50 pessoas, para induzi-las a fazer transferência de dinheiro, com a promessa de que teriam lucros expressivos no pretenso comércio de diamantes, com uma taxa de retorno de 5% por semana ou 240% ao ano, além de comissão por indicação de novos investidores e também sobre aqueles que estes viessem a indicar, o que já revela a formação de pirâmide financeira", diz o pedido do MP.

Ainda segundo a denúncia, com a finalidade de dar credibilidade ao negócio, os agentes afirmavam que a empresa possuía um aporte de R$ 180 milhões na Comissão de Valores Mobiliários, CVM, o que garantiria o ressarcimento de qualquer prejuízo aos investidores do negócio Paydiamond. Além disso, a suposta pirâmide chegou a registrar um fundo, denominado Paydiamond FIDC-NP, e acabou sendo 'aprovado' pela, CVM, mas revogado posteriormente.

"É importante observar que nunca houve uma atividade efetiva de compra e venda de diamantes numa dimensão que pudesse dar sustentabilidade econômica, com geração de lucros exorbitantes a serem distribuídos aos investidores (vítimas), ou seja, de 5% por semana ou 240% ao ano, e menos ainda pagar comissões nas expectativas geradas pelas promessas de Bônus. E além disto, ainda deveria também remunerar os empreendedores, ou seja, os fundadores da empresa, Carlos e Katia, e seus líderes, Rodrigo, Adriano e Dilhermano, entre outros ainda não identificados", disse o MP.

A Justiça aceitou a denúncia e agora abriu prazo para defesa dos acusados.

Como noticiou o Cointelegraph, recentemente, a Justiça brasileira emitiu quatro mandados de prisão contra Dilhermando Pereira Gonçalves, Rodrigo de Souza Kagaochi, Carlos Cezar Luiz e Katia Regina Zazirskas por conta das atividades da PayDiamond.

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