A diretora da MakerDAO, Nádia Alvarez, deu entrevista ao Cointelegraph Brasil para falar sobre a expressiva marca de US$ 1,8 bilhão de tokens DAI em circulação, além de tratar do futuro do mercado DeFi, de stablecoins e de CBDCs.

Segundo Alvarez, a chegada do DAI a incríveis US$ 1 bilhão em tokens foi um "marco na história" do protocolo:

"Foi um grande marco na história porque agora há US$1.8 bilhão de DAI no mercado, e esses DAI contam com US$6.12 bilhão de valor total bloqueado como garantia dentro do Protocolo Maker. Esse volume é possível graças às novas garantias aceitas e integradas no protocolo, que tem sido um grande esforço da Comunidade Maker que propôs e analisou as variáveis de risco desses ativos."

Para ela, a chegada de CBDCs - moedas digitais de banco central - aos mercados, supostamente para concorrer com stablecoins como o Dai, deve beneficiar o Maker:

"Para o Maker Protocol, o surgimento de CBDCs é uma notícia muito boa, pois essas moedas poderiam servir de garantia no protocolo e aumentar o volume da DAI no mercado e diminuir o nível de correlação entre as garantias por trás do DAI."

A executiva da MakerDAO também falou sobre o setor DeFi, que é o setor de atuação do Maker. Muitas vezes, a indústria DeFi foi apontada por especialistas como o "futuro do mercado financeiro", já que oferece descentralização para empréstimos e outros produtos financeiros, provando-se à prova de censura e manipulação de mercado:

"Acho que DeFi é uma opção para pessoas que procuram usar ou criar mercados descentralizados resistentes à censura e abertos a qualquer pessoa no mundo. Há pessoas interessadas nessas características do DeFi mas também há pessoas que procuram o que encontram nos mercados tradicionais mas com soluções financeiras mais flexíveis, e é aí que começa a aparecer a CeFi (Finanças Centralizadas). Acho que o futuro é o aparecimento de mais e mais opções, cada opção com características diferentes adotadas do ecossistema DeFi ou CeFi."

As DeFi explodiram em 2020 e o Maker, um dos projetos pioneiros do espaço, acompanhou este crescimento. Para ela, o Maker não teve que se adaptar às mudanças do mercado DeFi, por ser parte integrante da expansão do setor:

"Eu diria que o ecossistema DeFi está super interconectado com o protocolo Maker, por causa da compatibilidade com o DeFi e porque o Maker foi um dos primeiros projetos no espaço. Isso significa que quando as pessoas ouvem sobre o DeFi e querem começar a usar qualquer um dos projetos no espaço, elas descobrem que o DAI é a stablecoin perfeita para participar dele. Acho que não precisamos adaptar o protocolo para acompanhar o crescimento do DeFi, acho que o Maker Protocol faz parte desse crescimento."

Sobre o futuro do MakerDAO, Nádia Alvarez revelou que outros ativos reais devem ser incorporados ao protocolo:

"Atualmente, a comunidade Maker está avaliando diferentes ativos do mundo real para incorporar como garantia ao protocolo. Isso é muito importante para o protocolo do Maker, pois essas garantias diminuiriam a correlação entre aquelas que já existem e aumentariam muito a quantidade de DAI que poderia estar em circulação."

A MakerDAO foi uma das primeiras empresas de blockchain a desenvolver um projeto para ser lançado na Ethereum, há cinco anos. Neste meio tempo, o Dai foi lançado em 2018, e o Maker Protocol é um dos aplicativos DeFi de maior sucesso do exossistema Ethereum, com cerca de 800 projetos integrando o DAI ou outros componentes do protocolo.

Em novembro de 2020, a diretora da MakerDAO também deu entrevista ao Cointelegraph Brasil, elogiando o mercado cripto brasileiro e classificando o setor DeFi como "o futuro do dinheiro".

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